Underneath: Qaya #32

     Estava uma manhã seca e quente. O mar estava parado e o ar pesado. 
     Urano circulava a cozinha dos Brown juntamente com Jade. Mercúrio estava sentado numa cadeira da mesa com dores nas costas enquanto que Sol e Luna estavam a tentar contactar as suas filhas. Isto estava a decorrer à uma hora e doze minutos. 
- Não conseguimos - disse Luna, a largar as mãos do seu marido. 
- O que fazemos, então? 
     Alguém bateu à porta. Todos se entre-olharam. 
- Será que é o rapaz com a pizza que eu não encomendei? - disse Urano a levantar as sobrancelhas. 
- Mais vale ser esse rapaz que um dos Planetas - comentou Mercúrio. 
- Já que ninguém se incomoda - Luna levantou-se. 
- A casa é tua, Moony. 
    Luna soltou um sorriso seco a Urano e foi abrir a porta. Abriu-a e, naquele momento, até a visita dum Planeta seria melhor que a pessoa à sua frente. 
- Não sei se sabe quem eu sou mas eu preciso mesmo de falar com você. 
- Eu sei exactamente quem és - disse, ainda surpresa. - O que estás aqui a fazer? 
- Posso entrar? - perguntou ela. 
     Luna afastou-se, deixando-a entrar. 
- Com licença - disse. Ela entrou na casa, dirigiu-se para a cozinha e ficou pasmada a olhar para as pessoas que lá se encontravam. 
- Catarina - disse Sol, surpreso por vê-la. 
- Quem? - perguntou Urano, sem noção. 
- A namorada do Troy - respondeu Mercúrio.
- Eu pensava que... 
- Urano - chamou Luna. Fez sinal com os dedos para ele se calar. - Queres sentar-te? 
- Não, estou bem. Eu vim aqui porque o Troy precisa da vossa ajuda. Ele mandou-me de volta para a Terra para me manter segura e o Saeva atacou-nos na noite passada e ele desmaiou... - disse muito depressa. - O que eu quero dizer é que o Saeva está a ficar mais forte e o tempo que passámos em Lymph pode ter prejudicado a vida dele.
- Estou oficialmente à nora - comentou Urano.
- O Noir pediu aos pais do Troy que o deixassem ir com ele para Lymph. Como eles não cederam, Troy tem até o dia do seu décimo sétimo aniversário para se entregar ou então irá ser possuído pelo Saeva.
- Quantos dias passaram em Lymph, Catarina? - perguntou Jade.
- Uma semana.
- E quando é que ele faz dezassete anos?
- Dia sete. Duas semanas daqui.
- Podia ser pior - disse Urano. Todos ficaram a olhar para ele como se tivesse dito algo extremamente errado. - É verdade...
- As minhas filhas estão seguras? - perguntou Luna.
- Sim. Elas... Elas conseguem cuidar de si mesmas.
- Catarina, como é que conseguimos ultrapassar a barreira de Lymph?
     Ela virou-se para o homem sentado na cadeira. Não percebeu a pergunta dele e por isso o seu rosto toldou-se numa expressão de confusão.
- Como assim?
- Como é que o Troy conseguiu ultrapassar a barreira de Lymph e trazer-te de volta?
- Vocês não conseguem teletransportar? A Melody ainda ontem foi a Marte e voltou...
- Estás a dizer que a Melody conseguiu sair e entrar em Lymph?
- Sim. Eu não a vi regressar mas quando fomos para Silver nenhum de nós ficou ferido. Aposto que a Melody está sã e salva.
- Então como é que ficaste nesse estado, Mercúrio? - perguntou Sol, a ninguém em particular.
- Aquele que vê, cego é - disse Jade. - É uma citação a respeito da barreira de Lymph que encontrei num livro deixado pela Martha, uma das personificações da Terra. Estive a lê-lo ontem e agora faz tudo sentido. Nós vemos as duas galáxias a interligarem-se e supomos que seja então uma barreira mas não é. Aquele que vê, cego é. E em resposta, Lymph ataca aquele que deseja entrar. O Troy e a vossa filha não viram a interligação como uma barreira, e por isso passaram sem problema algum.
- Jade, Jade - disse Urano com um sotaque e um sorriso -onde é que estavas tu e essa frase durante todos estes séculos?
- É tão simples quanto isso... Sol, podemos ir buscar as nossas filhas.
     Catarina viu um brilho surgir nos olhos de ambos os pais das gémeas. Um sorriso lento e cheio de emoção brotou nos lábios de cada um e custou-lhe tudo o que tinha para dizer o que disse:
- Não podem ir.
- Como assim?
- Elas não precisam que vocês as vão buscar - respondeu. - O Troy precisa delas. Da Melody... Da Violet - passou a mão pelo cabelo tentando reprimir qualquer tristeza no rosto.
- Nós podemos trazer o Troy. Ele não pode ficar muito tempo lá. Como tu disseste, vocês perderam uma semana. Eu e a Luna temos de proteger as nossas filhas primeiro.
- Eu compreendo. Eu faria a mesma coisa. Mas, por favor, confiem em mim. Eu não pediria isto se não tivesse cem por cento de certeza.


◄◊► 



- Deixem-me mexer no pé dele - disse Troy, pela terceira vez, de braços cruzados na ombreira da porta do quarto do Axel. Os outros estavam à volta do Ryan e ele só conseguia ver o cabelo castanho escuro dele.  
- Evans, não é preciso, estou bem. 
- Violet? Porque é que não o curas? - perguntou. 
- Não é preciso. Eu tenho a coisa certa para ele - respondeu Axel. - Só vai precisar duma noite de repouso. 
- Eu não quero desperdiçar um dia. 
- Como eu te disse, há coisas que podes fazer. Como ir estudar o mapa dos túneis - disse-lhe Melody. 
- Não vou demorar um dia inteiro a estudar túneis, Melody. Posso estudá-los no caminho para lá. 
- Então vai - disse Violet, com a voz e o rosto cansado. - Não há nada que te impeça de ir, certo? Então vai. 
     Todos ficaram meio perplexos a olhar para Violet. Troy ficou ligeiramente abalado com as palavras dela. Não esperava ouvir aquilo, especialmente vindo dela. Ele demorou a reagir, assim como os restantes no quarto. 
- Quando o Ryan melhorar nós vamos ter contigo, não te preocupes. 
- Tudo bem, eu vou - e saiu. 
- Evans! - chamou Ryan. - Evans, volta aqui! 
     Troy ouviu-o chamá-lo mas não se dignou a olhar para trás. Sentia-se furioso. Como é que eles puderam dizer-lhe uma coisa daquelas? Quem é que eles pensam que são? 
     Do outro lado do pano, Ryan sentia-se completamente chateado e frustrado. Violet acabara de mandar o seu melhor amigo passear. Tudo bem que o Troy não estava a ser o Troy do costume, mas é por causa dele que Ryan estava ali. Ele não ia abandonar o Troy por causa duma crise de humor. Ele não ia abandonar o Troy, ponto final.  
- Violet! O que é que acabaste de fazer? - Ryan levantou-se. Axel meteu-se à frente dele. 
- Deita-te. Ele precisa de ir e tu precisas de continuar a actuar. 
- Sai da minha frente! - disse ele, furioso. Desviou-se do Axel e ia sair do quarto quando Melody colocou-se à frente dele. - Melody, sai. 
- Não. Tens de deixá-lo ir. Confia em mim, eu sei o que...
- Não, não tenho! Deixa-me. - Dirigiu-se para a porta. Melody agarrou na mão dele. 
- Ele voltou quando tu o chamaste? Chama-o outra vez e vê se ele volta. Se ele voltar, eu largo a tua mão - disse ela, com a voz calma e frágil mas determinada acima de tudo. - Chama-o. 
     Ele parou. Olhou para ela confuso e quando percebeu que ela estava a falar a sério respirou fundo. Ryan só desejava provar-lhe que Troy ainda era o seu Troy. 
- Evans! - chamou a fitar Melody. Fechou os olhos só querendo abri-los de novo quando ele estivesse a seu lado. - Troy!  - gritou. Uma sombra apareceu debaixo do pano da porta que apenas as gémeas e Axel viram. Dois segundos depois, ela tinha desaparecido. Troy ouvira-o mas não quis aparecer. Ele achava que eles não mereciam. Nem devia tê-los trazido consigo. - Troy!... Troy! - Ryan apertou a mão da Melody e ela abraçou-o. Ryan não estava a perceber o que se estava a passar... Porque é que ele não veio? Porque é que Troy tratou-o daquela maneira? Melody tinha agora os braços à volta dele, a cabeça onde o seu coração palpitava aceleradamente. Ele sentia os braços fracos, as pernas bambas e os olhos a arder mas nenhuma lágrima caiu. O que quer que estivesse a acontecer com Troy estava a mudá-lo. Ryan não queria ficar ali parado sabendo que ele se tinha ido embora, mas depois do que aconteceu não tinha forças para ir atrás dele. Ele pousou as mãos nos ombros pequenos da Melody e deu-lhe um sorriso. 
- Obrigado. 
- Estás bem? 
- Não. Eu quero mesmo ir atrás dele - admitiu. - Promete-me que amanhã vamos atrás dele. 
- Prometo. 
     Ele sorriu outra vez, pegou nas mãos dela e fez pequenas festas com o polegar antes de as largar e depois saiu do quarto. Ryan viu um corpo a penetrar-se por entre as árvores. Troy olhou para trás. Tinha uma expressão carregada no rosto e um claro ódio pintado nele. 
- Troy, espera! 
      E nesse momento, Troy desapareceu nas sombras da floresta como uma sombra.
     
     Axel não tirou o olhar dela nem um segundo e quando Melody se virou foram os olhos cinzentos dele que viu. Ela reparou no rosto dele uma expressão estranha, confusa e talvez chateada. Ela sentiu-se subitamente culpada por algo que tinha feito mas não sabia exactamente o quê. Melody sentiu um ambiente estranho entre eles os dois e não sabia ao certo o motivo. Ela ouviu a voz do Ryan e não conseguiu evitar olhar para trás.
- Acho que vou ali - disse ele. Melody abriu a boca para pronunciar o nome dele mas nada formou-se. Axel saiu do quarto de rompante deixando-a com a irmã.
- Quando é que me pensavas contar deste teu lindo e atribulado triângulo amoroso?
- Qual triângulo amoroso, Violet? 
     Violet ficou a olhar para ela - a analisá-la. Melody parecia não ter noção de nada mas mesmo assim disse:
- Quanto mais negares pior vai ser - sorriu de fininho. 
- Não estou a negar nada. - Esta foi a primeira e última vez que Melody acreditou no que disse sobre os dois rapazes.
- Tu é que sabes. 


◄◊► 



      Troy entrou na floresta a murmurar a raiva que sentia pelo grupo tê-lo mandado embora. Apesar de pensar que não precisa deles, sentia-se estupidamente humilhado. Ele não gostava de sentir-se assim. E depois Ryan a chamá-lo que nem um parvo...
     Durante o  caminho foi atirando bolas de ar contra plantas. Sentia-se menos pesado ao libertar a raiva com os poderes e algumas plantas acabaram por sofrer por causa disso. Troy começou a captar o som da cascata e não resistiu em ir ver a água. Ele foi para a cascata por um caminho cheio de plantas verdes decoradas por flores grandes e brilhantes. O chão ficava cada vez mais húmido à medida que se aproximava. Por fim, chegou à cascata cristalina. O ambiente à volta da água dava-lhe uma sensação de familiaridade. No entanto, era impossível não sentir o vazio dentro do seu corpo, como se tivessem arrancado uma parte importante de si. Importante? Não. Fraca. Troy sabia o que se estava a passar. Aquele Troy sempre soube. Mesmo com aquele vazio a martelar constantemente como um outro coração palpitante, ele nunca se sentira tão poderoso quanto agora. E aquele Troy não trocava o seu poder nem para preencher o vazio. 
     Troy olhou para o céu e impulsionou-se para cima com as palmas das mãos para baixo. Nuvens de pó, areia e cascalho voaram por baixo dos seus pés. O Ar levantou-o do chão; As suas correntes sopraram pelo seu cabelo loiro e pela camisola sem mangas preta. Ele subiu no céu sentindo-se tão livre quanto podia ser e naquele momento o seu objectivo nunca tinha sido mais claro: acabar o que Tema tinha começado. 
     Do céu ele conseguia ver a floresta acabar, a cascata e o seu lago, rochas e o lago com uma cúpula de vidro, e a aldeia a começar. Troy sobrevoava as pessoas e as suas casas sem que nenhuma delas reparassem. Ele perguntou-se se Qaya não tinha reparado nele ainda. Silver agiu assim que ele pôs os pés no seu planeta. De qualquer das formas, não é importante. Troy não precisa de Qaya para nada. 
     Ele avistou o Jardim e pousou. Olhou em volta e nada de importante viu. Como é que ele ia encontrar os túneis? 
- Tema! 
     Troy virou-se para a voz e encontrou Órion a caminhar na sua direção. Vestia uma túnica branca e um sorriso irritante. 
- Tema! 
- Órion - cumprimentou, com um sorriso falso. 
     O rapaz alto começou a falar na sua língua incompreensível como um tagarela. 
- Órion, não te percebo. 
- Oh, desculpa - pediu. 
- Sabes, por acaso, onde ficam os túneis? 
- Túneis? Aa... Hum... Sim, sim! Segue-me. 
     Órion levou-o até à parede onde os símbolos dos seus Planetas estavam cravados. Troy respirou fundo. 
- Órion, tens a certeza? 
- Sim. Tema - e apontou para o símbolo dele. Troy revirou os olhos. 
- Sim, Órion, já percebi. 
     Órion pegou na mão dele e levou-a até ao símbolo. 
- Tema. Ar. 
     Nesse momento, fios de ar saíram das pontas dos seus dedos que se uniram num só e foram sugados pelo símbolo. Depois, um abanão como um tremor de terra que apenas se fez sentir no jardim ocorreu, balançando Órion e Troy. A parede começou a mexer-se revelando um corredor escuro e frio. Pequenas pedras caíram devido ao movimento da parede e uma corrente de ar começou a formar-se. Primeiramente, leve e demorada. Depois, fria e forte, ela entrelaçou-se em Troy e levou-o para o corredor. Troy foi lançado para a escuridão, a parede começou a fechar-se e segundos depois ele estava caído no chão envolvido em preto. Órion tinha um sorriso estúpido no rosto. Quando a parede finalmente tapou a figura alta do rapaz e se fechou por completo, Troy praguejou.



◄◊►



     O dia mal tinha começado e Melody já tinha vivido uma montanha-russa de emoções. Violet tinha-a deixado sozinha no quarto do Axel e ela ficou sentada na cama dela a observar as suas mãos. Os seus pensamentos eram tão claros quanto um nevoeiro e aquele ambiente não a ajudava. Sentia-se cansada, um pouco triste até. O que se tinha passado com o Troy? Bem, Melody tinha uma ideia... Mas não se atrevia a pronunciá-la. Envolvia a irmã e ela não sabia se devia dizer algo ou manter-se calada. Com certeza que a Vi sabia o que se tinha passado... Como não poderia? Aconteceu mesmo diante dos seus olhos. Melody suspirou. Restavam agora poucos dias até ao aniversário do Troy e o tempo parecia que voava demasiado depressa. Quando deu por isso, estava Rouge a chamar toda a gente para comer o almoço. Ela não tinha fome nenhuma. Mesmo assim, ela pousou a fotografia que tinha nas mãos do Axel com o irmão e Pierre e dirigiu-se para fora do quarto dele perguntando-se com que meios a tinham tirado. 
     Axel estava sentado a três passos da porta e Melody quase caiu em cima dele. Ele fitou-a com um olhar meio triste, mas tinha os lábios curvados num sorriso meigo. Melody estendeu-lhes as mãos para ajudá-lo a levantar. 
- Desculpa - disse ele. 
- Acho que sou eu que devo pedir desculpas - Axel colocou o braço à volta dos ombros dela. Melody sentia-se minúscula com ele ao lado dela. Eles agora caminhavam para a fogueira no centro do acampamento. 
- Porquê? 
- Porque é que tu estás a pedir-me desculpa? - perguntou Melody.
- Porque eu preciso. 
- Eu também. Portanto, desculpa. 
- Vamos esquecer isso, está bem? - disse e beijou a cabeça dela. Melody ainda não se tinha habituado ao carinho dele. -  É o teu último dia. É melhor arranjar-mos um plano para o resto do dia. 
- O dia mal começou. Temos tanto tempo. 
- Por isso mesmo. Há que aproveitar. 
      Os dois sentaram-se. Violet já estava sentava num dos bancos. Pierre saiu do seu quarto e foi sentar-se. Kade e Rouge já estavam lá. Só faltava o Ryan. 
- Viste o Ryan? 
- Não - respondeu a irmã. - Ele deve estar no quarto. Deve querer estar sozinho. 
- Pois, talvez - disse, a olhar para o quarto dele. 
     Axel estendeu-lhe um prato com carne, salada e batatas - Obrigada. - Melody começou a comer bocadinhos de salada, batata e carne. Não tinha fome nenhuma. Estava preocupada e súbitos sentimentos começaram a lutar entre si. Ela queria fazer algo, mas o quê? Eles estavam em Lymph há dias e não tinham conseguido respostas nenhumas. E agora o Troy... Ela nem se atrevia a colocar Axel no seu pensamento. Mas de alguma maneira ele aparecia sempre, juntamente com... 
- Melody? 
- Mel? Está tudo bem? 
- Hum? - disse. Ela acordou dos seus pensamentos e viu que se tinha levantado. - Sim. Está tudo bem. Eu vou chamar o Ryan para comer. 
     Melody ordenou os seus pensamentos e respirou fundo. Chegou ao quarto do Ryan e chamou por ele. Ninguém respondeu. 
- Vou entrar - disse ela. 
     Ela entrou e viu o quarto vazio. A sua respiração parou por uns segundos até perceber o que se estava a passar. Ele não... Ele não foi... Melody apressou-se para o quarto do Troy e viu o mesmo: um quarto vazio. Ela acelerou o passo para o quarto da Rouge e do Kade que estava vazio, depois para o quarto do Pierre, a seguir o do Axel. Procurou inclusive no seu quarto com a irmã e como o quarto dos mantimentos estava sempre fechado não havia hipótese nenhuma do Ryan estar lá dentro. A cascata, pensou. 
- Melody onde vais? 
- O Ryan não está em lado nenhum. Vou procurá-lo na cascata. Não se preocupem, continuem a comer. 
- Melody! - ouviu Axel chamá-la. 
     Ela começou a correr para a floresta e num piscar de olhos tinha-se misturado com as árvores. Seguiu, então, o caminho para a cascata com pressa total. Será que ele foi atrás do Troy? Mesmo depois de ela lhe provar que ele não quer saber dele? Ou nenhum deles, para ser exacta? Quer dizer... 
     Melody parou. Tinha chegado à cascata e ele não estava lá. Talvez a gruta. Ela dirigiu-se para a gruta com as pernas a ficaram bambas. Sentia um nervosismo a dançar na sua pele e não gostava da sensação. Porque é que ela estava a reagir assim? 
- Ele pode ter-se magoado - disse, em voz alta, a responder ao seu próprio pensamento. - Pode ter feito algo que se venha a arrepender. 
     Ela começou a subir um monte de rochas e entrou na abertura para a gruta. Estava escuro mas ela já sabia o seu caminho. Melody chegou ao lago e ele não estava lá. Ryan não ia nadar até ao outro lago só porque sim. Ele foi-se embora. Ryan tinha ido atrás de Troy. 

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