Delírios de Amor - XXV

 Passaram uns dias, lentos e duradouros, mas acabaram por passar. Nesses dias reflecti sobre tudo e cheguei a uma decisão.  Precisava de ir falar com os dois ao mesmo tempo, não queria confusões sobre o que disse ou deixei de dizer e eles precisavam de ouvir tudo o que tinha para dizer antes de dizer qual deles é que queria ao meu lado como namorado, e o outro como amigo. Liguei-lhes e marquei um encontro na Esplanada.
Ambos já lá estavam, e comecei a pensar porque chego sempre em último. Será que são eles que vêem demasiado cedo, ou sou eu que chego mesmo atrasada ? Enfim, isso agora não é importante, ahah .
Iara: Olá
Pedro: Vai logo ao assunto.
Fábio: Mesmo.
Iara: Calmem, tá ?
 Reviraram os olhos, ambos.
Iara: Bem, eu queria dizer-vos no que me baseei para tomar esta difícil decisão.
Fábio: Que foi ... ?
Iara: Ai, calma, deixem-me falar tudo !
Fábio: Esta bem.
Iara: Baseei-me em tudo o que passei com aquela pessoa, e nos sentimentos novos que descobri, senti e vivi. Baseei-me nas experiências e nas vivências, no amor demonstrado e naquele que nunca se demonstrou mas que sabia que estava presente. - Olhei cada um nos olhos. E falei como se não houvesse amanhã.- E sei que cada um de vocês me marcou, de maneira diferente claro, mas marcou. E amo-vos de maneira completamente diferentes e sem qualquer tipo de explicação. - Tive de respirar fundo , para falar de cada um. - Tu Fábio, bem, tu és especial. - O Pedro começou a ficar um pouco tipo revoltado, mas acalmou-se rápido. - Pensei que o meu sentimento por ti fosse de irmãos, mas enganei-me.
Pedro: O quê ?!
Iara: Pedro, calma, asério.
Pedro: O quê ?! Calma ?! Quer dizer, dou-te tempo para pensares e enrolas-te com ele ?! Por favor.
Iara: Não foi nada disso que aconteceu, foi sem dar-mos conta e aconteceu naturalmente ! Pedro, ouve-me até ao fim, peço-te.
 Nem me respondeu e calou-se. Sem ligar ao Pedro, continuei.
Iara: Sabes o quanto me ajudaste neste dias, o quanto passámos nestes dias e não me arrependo, pois tu mostraste-me o que és e conheci-te como se calhar muita gente não te conhece. Obrigada. - E sorri-lhe. - E tu Pedro. Contigo, construí uma história, construí um amor que nunca pensei que acontecesse e durasse. Contigo aprendi a amar de verdade e a sonhar mais alto. Sei que passámos por muita porcaria, mas o que passámos fortaleceu-nos, pelo menos até agora. Sei que contigo posso contar sempre, tal como com o Fábio. Independentemente do que acontecer, sei que vocês os dois serão sempre um dos homens da minha vida, e nunca serão esquecidos por muito que a vida nos arraste por caminhos diferentes, eu nunca irei esquecer o que cada um de vocês me fez sentir. - Boa Iara, estás a conseguir. - Obrigada aos dois por fazerem-me uma mulher feliz.
Fábio: Bem, e qual é a decisão ?
Pedro: Sim, qual é ?
  Ai minha nossa Senhora.
Iara: Eu escolhi ficar com aquele que me protegeu nos momentos menos esperados e que me amou sempre. Com aquele que tive grandes momentos, e esse alguém é o Pedro.
 O Pedro abraçou-me com tanta força, mas a minha primeira reacção foi olhar para o Fábio. Ele levantara-se e ia andando para o carro.
Iara: Pedro, deixa-me ir falar com o Fábio.
Pedro: Vai lá, mas não te demores.
Iara: Esta bem.
  Fui a correr atrás do Fábio .
Iara: Fábio ! Fábio ! Espera !
Fábio: Que queres ?
Iara: Não fales assim comigo.
Fábio: Queres que fale como ? Não sei como te falar, o menino Pedro ainda me mata se te falar bem.
Iara: Que exagero ! Mas eu não quero ficar mal contigo, sabes que contigo tive coisas que ele não me pode dar, mas com ele... - Ele interrompeu-me.
Fábio: Não precisas de explicar nada, eu percebo. - Sorriu.
Iara: Percebes ?
Fábio: Sim, e espero que não te arrependas da tua decisão.
Iara: Nem eu.
Fábio: Bem, se calhar é melhor ir andando. Vocês devem querer estar sozinhos.
  Abracei-o. E ao ouvido disse-lhe:
Iara: Não me vou esquecer de ti gordo, amo-te !
Fábio: Nem eu de ti feia, sabes bem o que sinto. Vá, agora vai lá.
 Dei-lhe um beijo na cara e deixei-o ir, pensando que se o tivesse escolhido seria tudo mais diferente. Mas se me arrepender, sei bem o que fazer.
Fui andando até chegar ao Pedro, e ele fez sinal para me sentar no colo dele e sentei-me.
Pedro: Tomaste a decisão certa ?
Iara: Hãn ?
Pedro: Tomaste a decisão certa ? Achas que ficar comigo foi a melhor opção ou escolheste porque tinhas que escolher alguém ?
Iara: Pedro, que perguntas são essas ?
Pedro: São perguntas normais, eu vi como ele olhou para ti e como tu olhas-te para ele.
Iara: Quer dizer, eu escolho-te e tu ficas assim  ?
Pedro: Fico, não o sei o que vocês tiveram, não o que sentiste com ele, não sei o que ele te pode dar que eu não possa, não sei nada ! E eu não quero ser a 2ª opção.
Iara: A melhor decisão, não sei se a tomei. Mas tu nunca serás a 2ª opção. Contigo tive de tudo, e esse tudo quero voltar a tê-lo.
Pedro: Mas e se tiveres saudades dele ? De estar com ele da mesma maneira que estás comigo ? Não te posso prender numa cela, trancar-te a 7 chaves e fazer com que o esqueças em 2 segundos.
Iara: Se isso acontecer, serás a 1ª pessoa a sabe-lo , garanto-te.
Pedro: Ainda bem, então.
 Beijei-o, e tinha imensas saudades de o fazer. Era como nos velhos tempos, naqueles tempos em que só ele e eu existíamos e que o resto era só uma pequena coisa que não nos preocupava.
Mas ele tinha razão, e se eu me arrepende-se de ter escolhido o Pedro em vez do Fábio ? Bem, nem quero pensar nisso. Vou aproveitar tudo isto, e saber que voltou tudo ao normal agrada-me.

continua.

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