Delírios de Amor - XIII

  Estava numa miséria, sentia que estava tanta coisa a acontecer que não seria capaz de aguentar. Era o Pedro, depois tinha ainda de ajudar o João, e agora o meu irmão neste estado. Raios.
 Deixem de ligar aos problemas que tinha e finalmente vi que tinha um monte de SMS da Vanessa, não me apetecia responde-los. Mas se não o fizesse, ela ainda tinha um ataque de coração.
- Desculpa, só vi as mensagens agora.
- Mas então, que se passou para responderes só agora ?
- O meu irmão piorou.
- Então ?
- Os medicamentos não fazem efeito no corpo dele, e isso piora o seu estado de saúde.
 Consegui evitar que as lágrimas começassem a cair pelo meu rosto.
- Que mau bf , espero que ele melhore mesmo mesmo.
- Eu também, obrigada.
  Continuamos a falar durante várias horas.
  Estava desligada de todo o hospital, só me importava com o meu irmão e a única coisa que queria ver era o médico a trazer boas, óptimas notícias do meu irmão. De resto, até mesmo dos meus pais, me tinha desligado. Parecia uma barreira que estava à minha volta e que só permitia a uma pessoa quebrá-la. O meu irmão. Só ele poderia quebrá-la, eu não queria que mais ninguém a fizesse.
 Já eram oito horas da noite. Não me apetecia fazer nada, nem mesmo comer. Coisa que já não faço à quatro horas, e devia estar a morrer de fome, mas não. Se comesse parecia que o meu estômago me obrigaria a deitar tudo cá para fora. Mas os meus pais, preocupados, trouxeram-me uma sandes e um Ice Tea do café do hospital. Não toquei naquilo, estava a dar-me vómitos à distância. Bebi somente o Ice Tea, que era de pêssego. E mesmo assim, foi com muito esforço.
 O meu móvel apitou, mas desta vez era da Marta. Nem tinha reparado que também recebera mensagens do João.
- Olha, soube do teu irmão, a Vanessa estava muito preocupada e quis contar à alguém. De mim mais ninguém sabe, fica descansada. As melhoras para ele, beijinhos.
- Melhoras para o teu irmão, contei ao Pedro, espero que não te importes. Bjs, J.

  Minha Nossa Senhora, contar ao Pedro ? Drama, drama e mais drama. Sem comentários mesmo.
- Iara, vou ter contigo ao hospital e nem vale a pena impedires que não vais conseguir. Vou por voltas das dez horas para ficar contigo durante a noite, e não te preocupes, eu não vou fazer nada. Só vou ser teu amigo. Até já.
  Ele vem para cá ?! Gozas ?! Ai, mi vida. São oito e dez minutos. Ainda falta para ele vir, e nesse tempo tenho que me mentalizar que ele vem. Decidi comer, e fui buscar desta vez Coca-Cola. Ice Tea não me estava a saber bem. A minha mãe foi ao carro buscar cobertores e isso, como íamos passar lá a noite, e o hospital não é o lugar mais quente do mundo, e eu, o meu pai e mãe estávamos com roupas muito frescas.
As horas passaram num instante, como é possível ? Era nove e meia, e desejei que ele não viesse.
Até que,
- Estou a sair de casa agora, levo uma manta, uma almofada ( lol eu sei. ), leite com choc e bolachas maria. ahah , até já.

 Quis que ele viesse, me abraçasse e me reconforta-se neste momento, mas se ele também não viesse não me importaria. Talvez ele até se aproveitasse de mim, mas talvez não, bem o que é certo é que ele vem para aqui e eu tinha que ter o controle todo da situação coisa que não faço a mínima ideia de como se faz. Das outras vezes queria controlar e acabou tudo a beijo, beijo, ele a pedir-me segunda oportunidade, beijo, enfim.

continua. 

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