Delírios de Amor - XI

  Só agora reparei que tinha dor de barriga, aquelas pipocas todas fizeram do meu estômago um labirinto quase impossível de se resolver. E apetecia-me mesmo dormir muito mais apesar de já serem estas horas. Cedi o meu corpo ao sono e deitei-me ali mesmo, no sofá, e adormeci em cinco segundos . Deixei-me ir numa onde de preguiça e não me importei nada. Precisava de dormir, era a única maneira de evitar pensar no Pedro e no que irei fazer até lhe poder dar uma resposta decidida.
 Dormi só mais duas horas, pois o sono acabara. Eram quatro e dez da tarde. Tinha umas quinhentas mensagens ( exagero, umas dez só ) da Vanessa. A miúda estava mesmo stressada bolas. Não estava com disposição para falar ao móvel, mandei-lhe uma SMS  que parecia-me ter demorado umas três horas a escrevê-la. Era sobre o aniversário de sete meses com o João. Gente, o aniversário é daqui a duas semanas, ainda há tempo suficiente para preparar tudo só que para eles o limite é passar da perfeição, enfim. Nem vou comentar mais antes que decida não ajudar o João.

  Levantei-me, e tomei um duche. Coloquei uma roupa meio desleixada pois não ia sair mais naquele dia. Fui comer uma taça enorme de cerais Fitness de Chocolate ( apesar de não precisar, pois já me acho mesmo muito magra, eu amo aqueles cereais são óptimos. ) e fui ver Mentes Criminosas, viciadaaaaaaaa .
Não me apetecia mesmo falar com ninguém, mas a estupidez do meu móvel não parava de vibrar e como já não o aguentava mais vê-lo a vibrar fui ver quem me perseguia.
Por espanto meu, era o André.

- Olha preciso de ajuda tua, pode ser ?

Mas eu agora sou alguma ajudante de relações ? Poupem-me.

- Vá, diz o que queres.
- Ei bruta !
- Não sejas assim, diz logo.
- Eu e a Marta andamos ...
- Não a sério ? LOL .
- Já sabias ? Ninguém sabia .
- Eu encontrei-me com ela ontem, e ela contou-me a mim e à Vanessa que também lá estava.
- Ah esta bem então.  Como começámos a namorar a sério queria oferecer-lhe alguma coisa , mas não sei o quê .
- Um gato.
- Hãn ?
- Um gatinho de estimação ou um cachorrinho , raparigas amam animais pequenos e fofinhos. Mas não demasiado pequenos.
- És genial sabias ?
- Paga-me depois, ahah .
- Querias tu, vou-lhe comprar agora , até já .
- Até já, beijinhos .

E por hoje encerro o meu atendimento a casais felizes da vida. Dêem-me um desconto, raios. Estou a começar a sentir aquela coisa de sentir-me excluída. Pode ser que quarta-feira passe, mas não sei se lhe digo que sim. Ainda é arriscado e não quero sofrer. Ai , que frustração.  O meu pensamento é interrompido pela campainha. Quem será ? Não espero ninguém.

Iara: Mãe ?
Carolina: Iara, filha. Ainda bem que estás em casa.
Iara: Que se passa, nunca vens sem avisar .
 Para ela vir sem avisar é preciso ter acontecido alguma coisa.
Carolina: É o teu irmão, filha.
Iara: Que se passa com o Diogo ? Mãe, diz de uma vez. Estou a ficar preocupada, mesmo.
Carolina: Ele está no hospital .
Iara: O quê ? Como ? Porquê ?!
Carolina: Ele foi para lá porque há uma semana constipou-se, só que há três dias começou a ter febre de quarente graus, e não conseguimos em casa tratar dele. Foi para o hospital, e está lá desde ontem.
Iara: Como não me avisaste que ele estava mal ?! Também faço parte da família, só por não morar perto de vocês não significa que me escondam as coisas.
Carolina: Não íamos esconder, mas pensámos que ele ia melhorar mas não melhorou.
Iara: E agora como é que está ?
Carolina:  Ainda não tenho notícias dele, o teu pai ficou no hospital e quando tiver notícias do Diogo liga-me.
Iara: Eu vou para lá, quero ficar com ele.

continua. 

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