Delírios de Amor - III

  Peço-lhe que me largue e ele não o faz, começo a pensar no pior. Estou a pensar que talvez aquela noite vá repetir-se agora mesmo e não vou ser capaz de aguentar tudo de novo.

Pedro: Não te deixo ir de novo.
Iara: Como assim não deixas ? Pedro, larga-me. Vai ser melhor assim, é melhor assim.
Decido enfrentar-lhe de frente, afinal o meu coração já está despedaçado. Que mais pode ele despedaçar ?
Pedro: Tu não sabes o que passei sem ti aqui, nos meus braços. E não, não estou a mentir-te.
Começo a olhar mais atentamente a sua expressão, vejo que os olhos dele estão mais serenos, estão a brilhar como nunca brilharam antes, e quando estou a olhar fixamente para os seus olhos ele olha para mim. Fico deslumbrada como ele é simplesmente diferente.
Pedro: Passei muito tempo, a pensar o porquê de te tratar tão mal. E ainda hoje não sei. Mas eu estou arrependido, juro-te.
Iara: Quem mais jura mais mente, nunca ouviste dizer ?
Não consegui deixar de dizer isto, afinal estou tão mal quanto ele. Talvez ainda pior, mas enfim. Deixei-me levar pelas palavras que ele dizia, sem me preocupar com o meu sofrimento e deixando-me ir na sua cantiga de novo.
Ele aproxima-me e estamos peito-a-peito. Não consigo olhar-lhe nos olhos, não consigo. Por algum motivo, tinha vergonha. Ele coloca suavemente os dedos no meu queixo e levanta-me a cara para ver a dele. Começo a corar, como da primeira vez que nos beijámos. Mas afasto-me brutalmente dele, não queria iludir-me.
Pedro: Iara ? Que se passa agora ?
Iara: Não dá , Pedro. Se me deixar levar por ti outra vez, vou sofrer ainda mais e eu não quero, não posso permitir isso.
Pedro: Mas eu mudei.  - Agarra-me na mão e puxa-me para ele. - Deixa-me provar-to , prometo que não te desiludo, dá-me uma segunda oportunidade, por favor !


continua. 

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