Underneath #46

     Troy despertou em choque, ofegante e confuso. Os seus olhos abriram-se em pânico e os ouvidos foram preenchidos com gritos, sons de ataques e riso - o riso de Saeva. A visão clareou, e Troy conseguia ver o que o seu corpo fazia e em que cenário estava inserido. 
     Uma luz branca surgiu das suas mãos que quase o cegou e em seguida conseguiu ver Sol numa t-shirt e calças pretas. O seu símbolo brilhava pela t-shirt num tom dourado. Nos seus antebraços tinha mangas de couro e na mão direita empunhava um punhal ornamentado que brilhava no mesmo tom que o seu manejador. Luna estava mesmo ao lado dele, de cabelo entrançado. O colar prateado com uma meia-lua e um sol unificados balançava no seu pescoço. O olhar azul mostrava uma frieza que ele nunca tinha visto ou esperava ver. Terra, Mercúrio e Úrano estavam quase ao lado do casal mas um pouco mais atrás. Melody estava entre Terra e Mercúrio e Violet entre Mercúrio e Úrano. Todo o grupo tinha uma expressão carregada e apenas Saeva se mostrava descontraído e despreocupado. Por detrás do grupo estava a casa dos Brown. Troy só soube que esta estava escudada muito mais tarde.
     Todo o espaço parecia desconhecido com fumo a navegar pelo chão e a relva do jardim destruída. 
     Troy apercebeu-se que levitava, com as pernas juntas e os braços esticados para a frente de palmas abertas. O seu cabelo esvoaçava numa brisa só dele. Dava para perceber que tinha lutado durante algum tempo mas a Estrela não sentia nenhum dano no seu corpo. Sol era o único que detinha o poder de causar-lhe verdadeiros danos, mas isso não impediu as personificações de convergirem o seu poder directamente nele. 
     Sol começou a levitar, ficando à mesma altura que ele e Troy sentiu um medo inevitável de enfrentar a Estrela. Isso não impediu Saeva de provocá-lo da melhor forma que sabia. O braço esquerdo moveu-se em direcção à esposa, e fios negros começaram a entrelaçar o braço até chegarem aos dedos onde cinco fios grossos começaram a dançar, famintos pela representação da Lua. Sol claramente mostrou-se irritado mas algo nele dizia a Troy que aquele truque não iria resultar, especialmente porque Luna parecia muito mais segura de si do que o marido. 
- Se eu fosse a ti, não me atrevia - comentou a Estrela.
     Luna sorriu de fininho, mexendo os dedos numa dança lenta e sedutora. O que quer que fosse que Saeva tinha planeado, ele não estava à espera de uma Luna forte e poderosa. E foi exactamente isso que recebeu.
     Saeva comandou os fios e eles voaram a direito até à representação e Luna num movimento simples do braço fez os fios secarem e desaparecerem no ar como vapor. Tanto Saeva como Troy ficaram abismados com a habilidade.
- Não sou a rapariga que conheceste na batalha de há vinte anos, Saeva.
     Luna Brown estendeu os braços e das suas mãos nasceram setas de água cristalizada que de tão geladas emanavam ar frio à sua volta. Ao lançá-las em direção ao corpo de Troy, elas tornaram-se em água de novo que ao tocarem na pele viraram Luz pura. A Luz foi absorvida e Saeva rugiu de dor enquanto que Troy tinha ganho outro pedaço de controlo. Se Sol o atacasse, Troy conseguiria quebrar a ligação. Finalmente!, suspirou ele ganhar controlo da cabeça.
     A retaguarda do casal avançou deixando as gémeas mais atrás. Terra tinha à sua volta um círculo de rochas e fogo. As mãos de Mercúrio eram tochas de fogo vermelho vivo que brilhavam tanto quanto os seus olhos. Úrano tinha as mãos uma em cima da outra e lentamente foi-as afastando na vertical. Nesse espaço, surgiu um conjunto de ovais - os seus anéis. Os anéis nos dedos e pendurados num colar de prata desapareceram. O seu olhar púrpura brilhou com um sorriso escarninho. Luna fitou-os subtilmente e o ataque assolou tanto o espírito negro como os restantes.
     As pedras da Terra embateram contra as canelas e os braços de Troy e depois veio um calor que só aumentou e aumentou. Troy pensava que iria explodir. E então chegaram os anéis de Úrano que o envolveram, aprisionando-o com uma pressão enorme e as chamas ladearam-no. Saeva praguejou e por muito que quisesse que a sua aura aumentasse, não tinha poder para tal.
     Na altura em que Troy decidiu tomar as rédeas do seu corpo, ele viu Sol levantar os braços num gesto poderoso, como se comandasse a luz, e esta obedeceu-lhe. À sua volta, uma luz imensa rodeou-o como raios. Estes raios ultrapassaram as barreiras dos três Planetas como setas e acertaram em cheio no meio do peito de Troy, na barriga e na coxa esquerda. Troy caiu.
      A camada preta no céu estava a desintegrar-se.
- O que esperavas ao pisar no meu território? Estás fraco. Sem Lymph não és nada - disse-lhe Sol numa voz possante.
     Troy ouviu atentamente as palavras do pai das gémeas. Ele conseguia sentir a agitação de Saeva. Assim como Sol, sabia perfeitamente que Saeva nunca iria conseguir vencer a Estrela Vital na sua galáxia. No entanto, veio ao Sistema Solar na mesma para uma derrota certa. O que teria ele pensado? Pensava ser alguma divindade?
- CALA-TE ALEXANDER! - ouviu Saeva gritar na sua mente. A sua voz já não o assustava, nem mesmo naquele tom.
- Deixaste-te levar pela ambição, Saeva? - questionou Troy.
- JÁ DISSE PARA TE CALARES! 
     Saeva levantou o corpo ainda possuído de Troy. Limpou o sangue que escorreu do nariz e abriu a boca num sorriso asqueroso. Sol manteve-se a um metro do chão com Luna ao seu lado. Os três Planetas estavam perfeitamente alinhados, prontos para atacarem. Foi aí que ele prestou atenção nas filhas do Sol e da Lua. Os rostos belíssimos cheios de coragem e desprezo. Os corpos magros numa posição de ataque com os braços dobrados e as mãos quase ao nível da cara. O monstro recompôs-se e ao respirar bem fundo reuniu as sombras até si. Uma poça negra formou-se debaixo dos seus pés que subiu pelas pernas até às mãos. Troy viu aquela cena a desenrolar-se mesmo antes da personificação da Escuridão levantar o braço.
- Não!
     Instintivamente, Troy ergueu o braço na direção delas e com essa vontade, assumiu o controlo por um momento e da sua boca saiu:
- Cuidado!
     Fios pretos como petróleo saíram dos dedos morenos de Troy até às gémeas mas algo os parou. Algo redondo e forte - um escudo. Os fios desapareceram como vapores e Saeva gritou em fúria como se não houvesse mais nada que pudesse fazer contra os seus oponentes.
     Troy viu o caminho iluminar-se de novo. O som do seu coração batia tão fortemente que era impossível de ignorar e então ele correu o mais rápido que conseguiu. As suas memórias começaram a surgir de novo e ele teve aquela sensação outra vez, aquela sensação de que Saeva nada era. Com essa pensamento em mente, Troy Evans perfurou a parede que o separava do seu corpo e Saeva abandonou-o por fim.
- Troy!
      Os olhos dele encontraram os de Violet mas fora Catarina quem o chamara. Ryan estava mesmo ao seu lado com uma expressão extremamente aliviada. Ele sorriu e virou-se para Saeva, agora uma mancha preta.
- Catarina - disse Saeva a deliciar-se com uma oportunidade inútil.
     O monstro ia a voar em diração a ela, mas Troy parou-o, agarrando-o com a sua própria mão. Ele ouviu suspiros incrédulos e os seus olhos dirigiram-se somente para os seus amigos. Os olhos esverdeados brilhavam com poder e o seu corpo estava contornado por uma aura branca e azul.
- Eu volto. Prometo - sorriu levemente.
     Uma onda azul e branca começou a envolvê-lo como espuma e água. O cheiro a mar inundou o jardim e a rua numa brisa que dançou à volta de Troy. A camada preta de Saeva desapareceu por completo quando a Estrela subiu no ar até finalmente desaparecer. O único rasto deixado foram os gritos de Saeva ainda suspensos no ar.


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     O rapaz deixou o grupo completamente sem palavras. Sol fitou Luna com um olhar aliviado e ela sorriu-lhe caminhando até ele para um abraço. Ryan e Catarina estavam agora lado a lado com as gémeas. Úrano sorriu e assobiou.
- Bem, correu melhor do que pensava! - e abriu os braços. - O jardim ainda tem relva!
      Os Planetas e o casal sorriram declarando vitória. Porém, eram os únicos.
- Como é que já estão a festejar? Não viram que o Troy foi literalmente para a sua morte!? - disse Melody. - Eu juro que não vos entendo! - O escudo que protegia a casa vibrou quando ela entrou.
      Violet foi a primeira a seguir a irmã e depois Ryan deixou-se levar pela vontade também. Os pais não demoraram a seguir o exemplo dos dois. Quando entraram em casa viram as gémeas junto às escadas e Ryan em pé de frente para elas.
- Melody - chamou a mãe -, nós não estávamos a menosprezar o esforço do Troy - disse. - Só sorrimos de alivio. Isto podia ter acabado muito mal - colocou-se de cócoras e pegou nas mãos dela. - Mas tens de perceber também que agora nada podemos fazer por ele.
     Ryan sabia exactamente o que ela lhe dizer, já o tinha dito às gémeas mas parece que se esqueceram.
- Ouviram o que o vosso pai disse? - questionou. - Sem Lymph Saeva nada é. Se o Troy quer viver sem o demónio acorrentado a si, ele vai ter de destruir a galáxia.
     Melody olhou para Ryan, lembrando-se da conversa deles.
- Mas em Qaya existe vida... Em Silver talvez e...
- É a única forma - declarou o pai.
- Era suposto termos encontrado outra solução - contrapôs Ryan.
- Não existe outra solução. Tudo depende do Troy. A galáxia é dele. Ele decide o que salvar.
- Mas não devia! Ele nem devia estar lá sozinho! - Ryan queria gritar mais verdades mas respirou bem fundo. Tirou os olhos de Sol e antes que lhe respondessem disse: - Vou apanhar ar.
     Ao mesmo tempo que saía, Catarina entrava em casa.
- Ry... Onde é que ele foi?
- Nós já voltamos - disse Melody. - Anda, Vi.


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     Assim que entraram em Lymph, Saeva largou-se da mão de Troy e voou em redor. Troy nem teve tempo de o agarrar de volta ao ver-se rodeado de lava e rochas vulcânicas. O calor era insuportável e o ar envolta ondulava. O chão quente borbulhava num mar de fogo e rocha.
- Ainda não controlaste o teu teletransporte, Alexander?
     De repente, o chão começou a mexer. A rocha onde Troy estava começou a rachar. Lava começou a correr, lavando tudo debaixo dos seus pés com uma nova camada escaldante e laranja. O chão abriu-se mesmo no centro onde Troy estava e antes de ser sugado para baixo, ele agarrou em Saeva e ambos desceram.
     Quando finalmente pararam de descer, Troy viu-se num espaço pouco iluminado com apenas duas tochas penduradas de cada lado da sala. Das sombras saiu aquele que selou o seu destino - Noir. O seu corpo alto e magro camuflava-se com a escuridão em redor e se Seava não fosse a personificação da Escuridão, diria que Noir tinha os olhos mais negros que ele alguma vez vira. O que a t-shirt e as calças pretas não cobriam estava repleto de sardas.
- Tema - disse ele num suspiro. A sua voz rouca já não tinha sinais de fraqueza.
- É Troy - corrigiu, cansado.
- O que estás a fazer aqui? - questionou num tom bravo. Ele dirigia-se a Saeva.
- Se eu fosse a ti, moderava a minha linguagem, Planeta - replicou Saeva.
- Eu fiz-te uma pergunta. Responde-me... espírito - ele aproximou-se.
     Saeva não se mostrou ameaçado mas a tensão entre os dois era palpável. As semelhanças entre Noir e Mercúrio eram, de súbito, muito alarmantes.
- Penso que o nosso menino vai tentar destruir a galáxia - disse Saeva, por fim, num tom de gozo.
     Noir riu-se e os pêlos dos braços de Troy arrepiaram-se. Aquele riso trouxe-lhe as memórias de quando fez dez anos.
- Não te vou deixar fazer isso - disse Noir a Troy.
- Porque é que colocaste este monstro atrás de mim? O que te custava revelar aos meus pais o que sou e ensinar-me a ser a Estrela que Lymph precisa?
     As palavras de Troy não surpreenderam-no. No entanto, Troy estava admirado pelas perguntas que fez.
- Não ia arriscar o meu futuro numa dúvida.
- Então isto tudo é sobre ti? - Troy já não sentia medo algum. Estava farto de estar a viver pelas outras pessoas. Ele ia recuperar o controlo definitivo do seu corpo fosse como fosse.
      Noir desviou o olhar e depois sorriu subtilmente. Troy proferiu palavras que Tema diria.
- Isto até pode ser sobre mim mas disto te garanto: tu nunca mais vais sair desta galáxia - declarou. - Não vou permitir outros vinte anos de esquecimento e fraqueza.
      Saeva rodopiou sussurrando:
- Tic, toc, tic, toc...
- Eu até pedia desculpas, mas não tenho razões para isso. Estou a fazer o que o Qaya e a Silver não têm coragem.
- Não, não estás.
     Dito isto, Troy ergueu uma onda azul e branca e inundou o espaço com o cheiro a mar. Noir tentou agarrá-lo mas Troy já não estava lá. Saeva encheu o ar com um riso irritante. O espírito teria morrido se o olhar que Noir lançou matasse.


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- Ryan! 
- Ryaaaan! 
- Estou aqui - disse ele, com as mãos nos bolsos, encostado a um poste de uma esquina. 
- Estás bem? - perguntou Violet.
- O que achas? - Ele encolheu os ombros. - E vocês? 
    Elas também encolheram os ombros.
- Desculpem a minha gritaria à bocado. Acho que isto tudo acumula a raiva sem me aperceber.
- É normal - replicou Violet. - Eu e a Mel também nos...
- Eu quero ir a Lymph - disse Melody de rompante.
- O quê? - disseram os dois.
- Nós somos a luz do Troy, ele precisa de nós. Eu ouvi os pais dizerem-no.
- Quando ouviste isso? - perguntou Violet, com a mão na anca.
- Eu fui à casa de banho e... Não interessa! O importante é que o Troy precisa de nós. Vamos ou não?
- Vamos! - exclamou Ryan.
- Vi?
- Tens algum plano?
- Discutimos isso no caminho - disse Melody.
- Quase que tiveste piada, Brown - Ryan piscou-lhe o olho. Melody revirou os olhos.
- Nós vamos ficar de castigo para toda a eternidade - disse Violet que no fundo queria tanto ou mais que eles ir até Lymph. - Vamos!



     A Estrela Vital ficou parada a meio da galáxia. Os Planetas circulavam lentamente e dali conseguia ver as diferenças entre eles. Silver, o planeta mais pequeno era azul-claro misturado com tiras de branco e nuvens brancas a cobri-lo. Anora devia ter o tamanho de um Planeta pequeno do Sistema Solar e circulava à volta de Silver. Qaya vinha logo a seguir e era o maior Planeta  em tons de castanho e verde. Tinha uma porção do tamanho da Europa e da América azul escura na parte superior - um oceano. Possuía seis luas pequenas e uma maior, aquela que se sobressaía de noite. Troy apercebeu-se pela primeira vez que sabia o nome de cada satélite: Femma, Opac, Hellis, Qualys, Celina, Naya e Paleya. Noir, no entanto, não parecia ter vida alguma. O corpo do Planeta era fogo e rocha e tinha uma lua pequena - Cora.
     O seu corpo não estava representado na galáxia. Daqui a momentos Noir também não estaria. Os Planetas irradiavam energia que fluía para si. Troy alimentava-os da mesma forma que eles lhe davam energia como um ciclo. Ia ser difícil ver as pessoas em Qaya morrer, mas que escolha tinha ele? Como poderia ele salvar uma população e sobreviver?
      Ele tirou esses pensamentos da cabeça e concentrou-se. Não tinha tempo a perder. Ergueu os braços na horizontal e fechou os punhos. Os Planetas moveram-se, aproximando-se mais da sua Estrela. Controlar os corpos celestes era mais difícil do que imaginava. Eram pesados e os seus campos de força estavam em completa ação.
- Troy! - ouviu chamar.
- Melody? - virou-se para trás e viu as gémeas e Ryan. - O que estão aqui a fazer?
    O grupo moveu-se com alguma dificuldade mas finalmente ficaram juntos. Abraçaram-se com força.
- Viemos ajudar-te - disse Ryan. - E não vamos embora como da última vez.
- Não... Vocês não deviam estar aqui - disse ele. - Os vossos pais sabem disto?
- Não - respondeu Melody. - Mas não faz mal.
- Faz sim, Melody. Eu não sei quais as consequências de destruir uma galáxia inteira. Vocês podem morrer.
- Tu podes morrer - replicou Violet.
- É um risco que eu tenho de correr. Agora vão, por favor - pediu.
- Ora, ora, se não é o meu grupo favorito - disse Saeva. Noir apareceu mesmo ao seu lado. - Definitivamente mais divertidos que os Alexander.
     Troy afastou-se deles.
- Vão! Agora!
- Não! Nós ficamos - assegurou-lhe Ryan.
- Deixa-os ficar, Estrela. Podem contar ao papá e à mamã o que aconteceu contigo - Saeva abriu a boca num sorriso. - Vamos lá acabar isto de uma vez por todas.
     A criatura transformou-se na sua figura humana e atacou. Violet e Melody conseguiram colocar-se à frente de Troy e anular o ataque dele. Ryan esgueirou-se para o lado delas e o trio tornou-se na barreira atacante e defensiva. Ao ver que a matéria do espaço não ajudava, Troy fez aparecer um chão debaixo dos pés dos seus amigos, ajudando-os a manterem o equilíbrio com um novo campo gravitacional. Noir pousou nesse mesmo chão sendo Saeva o único que usava a micro-gravidade do espaço.
     Troy retomou o que fazia, erguendo os braços na horizontal e puxando os Planetas para si. Quanto mais próximos estavam, mais aprendia sobre as suas composições. Quanto mais se aproximavam, mais se apercebia que talvez destruir estes corpos era errado.
- Troy, não desistas! - gritou-lhe Ryan.
    Ele desligou os seus pensamentos e continuou a puxar e a puxar. A sua marca começou a brilhar intensamente. Troy estava a usar todo o poder que tinha em si.
- Não te vou deixar destruir-me, Alexander! - Saeva rugiu.
     Os fios negros de Saeva passaram pelas gémeas e foram direitos a Troy cortando-lhe a carne. Troy gritou mas não cedeu. Tinha todos os músculos do seu corpo a arder mas não cedeu. Em vez disso, puxou com mais força. Os Planetas estavam agora tão perto que Troy sentia o frio de Silver a arrepiar-lhe os pêlos da nuca e os ventos de Qaya a assobiarem. Noir emanava calor e debatia-se para se manter o mais longe possível. O olhar do Planeta apanhou o de Troy e os dois ficaram naquele transe. O chão que Troy criara estendia-se até bem longe e Noir estava quase na ponta do mesmo. Criou algemas de ferro e prendeu-as ao chão. Os músculos das pernas estavam salientes de fazerem força e o seu rosto completamente encarnado e suado. A marca dele brilhava numa zona mais abaixo das axilas, perto das costelas.
- Troy, cuidado!
    Saeva ia a toda a velocidade até si e foi nesse instante que Troy enviou uma rajada de ar que enviou o trio para muito longe. As gargalhadas de Saeva preencheram o espaço e o coração de Troy palpitava que nem louco. Noir materializou-se, Troy juntou os braços e os três Planetas colidiram.

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