Underneath #4
- Pela décima vez, mãe, eu estou bem - Troy refilou à entrada do consultório do médico de família.
- Troy Evans - começou Charlotte, completamente farta do comportamento do seu filho. Fitou-o -, quando te chamarem para a consulta tu vais sentar-te na cadeira e contar-lhe tudo o que aconteceu para ele poder receitar algo para isto não voltar a acontecer. Estamos entendidos? - ela esperou até ele assentir para respirar fundo. - Ótimo. E o teu pai não faz a mais pálida ideia disto, ouviste?
- Está bem - murmurou.
Troy deixara a ilusão de estar bem cair na sua mente como uma folha cai duma árvore. O que ele ainda não se tinha apercebido era que essa ilusão, tal como a folha, caiu só para o distrair da imagem maior que ele ainda estava por descobrir.
Ao entrar no consultório, Troy sentiu um calafrio. O ar estava mais leve, puro e frio. Ouviu a sua mãe falar com a recepcionista. Ele foi sentar-se num dos sofás de dois lugares da sala, pegou no telemóvel e colocou os fones nos ouvidos. Antes de escolher qual música ouvir, decidiu responder às três mensagens de Catarina e Ryan.
Desculpa só responder agora. Estou bem, não te preocupes.
Estou no médico e não vou mais às aulas hoje. Às 17h, no
mesmo sítio?
Uns segundos depois, Troy recebeu uma mensagem. Ele sorriu.
A mensagem era de Catarina:
Porque demoraste tanto tempo a responder??? Estava tão preocupada, seu estúpido.
Deixa o médico fazer o trabalho dele, está bem? Não refiles.
Sim, claro, encontramos-nos lá. As melhoras, beijos♥
Depois de enviar uma mensagem de resposta à sua namorada e responder ao Ryan, Troy foi chamado pela mãe. O médico estava pronto para recebê-lo. Troy respirou fundo e desejou, por instantes, ter algum problema que explicasse a alucinação e o desmaio. Porém, a ideia de ter de ir ao médico frequentemente apagou esse desejo como um sopro numa chama. Com relutância, Troy entrou no consultório.
◄◊►
Melody não podia estar mais desligada do que a sua irmã lhe dizia, ou pelo menos tentava.
O assunto, certamente, era o almoço do dia de hoje. Violet parecia um papagaio a falar da mesma coisa durante horas.
- Violet, a sério, quando pensas em te calar com esse assunto?
- Mel, isto é importante - insistia ela. - Tens de me ouvir!
- Eu estou, acredita.
- Porque será que ele desmaiou? Eu bem pensei que esse rapaz era perturbado.
- Ele e o amigo - refilou Melody. Violet parou o seu raciocínio para encará-la espantada, visto que ela não tinha mostrado um pingo de emoção acerca do trio, até agora. - O que foi?
- Nada. Concordo plenamente - Violet fez uma pausa. - Mas a Catarina é simpática.
- Como queiras. Não me metas é mais nas tuas saídas, por favor - Melody começou a arrumar uma mala.
- Onde vais?
- Equitação - Melody sorriu de entusiasmo.
Violet sorriu ao vê-la assim.
Violet sorriu ao vê-la assim.
- Quando posso ir ver-te?
- Logo se vê. Quero habituar-me ao lugar primeiro - confessou.
- Tudo bem. Então, até logo.
- Até logo, Vi - e Melody saiu do quarto.
Melody sentia o entusiasmo a irradiar-se-lhe do corpo. Andar de cavalo é a sua coisa favorita. Sabe tão bem sentir o vento na cara numa corrida, a ligação com o cavalo, a sensação de liberdade.
- Tens a certeza que não queres que eu fique? - o pai perguntou.
- Não, eu safo-me - ela disse.
- Pronto, está bem. Venho buscar-te às sete.
- Ok - Melody deu-lhe um beijo na bochecha quente. - Até já.
- Porta-te bem.
Ela saiu do carro e viu-o desaparecer pela estrada adentro até ficar, finalmente, sozinha. Melody caminhou pela entrada da coudelaria. A terra batida já lhe tinha sujado as botas. A receção não ficava muito longe. Entrou e um rapaz alto, moreno de olhos negros a chamou.
- Melody, certo? - ele sorriu.
- Sim - respondeu.
- Sou o Benjamin. Sou eu que vou supervisionar-te enquanto te habituas ao local.
Melody assentiu.
- Que tal uma volta pelo sítio?
Melody assentiu.
- Que tal uma volta pelo sítio?
- Claro. Obrigada.
Benjamin mostrou-lhe o caminho para os estábulos, onde lhe mostrou as boxe dos cavalos. Ele explicou as regras de limpeza, cada um limpa e trata do seu cavalo, e mostrou onde as escovas, baldes e as forquilhas se encontravam. Depois, Benjamin deixou-a escolher a sua sela. Uma sela inglesa.
- Boa escolha - comentou, com um sorriso.
Ela sorriu. A segurar no suadouro verde escuro e Benjamin a sela, os dois caminharam até à boxe do cavalo que estaria destinado a Melody. Como ela tem experiência vai receber um cavalo com a mesma experiência. Pousaram as coisas na porta da boxe e ele sacou dum livrinho pequenino onde havia fotos dos cavalos. Foram para o picadeiro aberto e ficaram a observar os cavalos enquanto Benjamin lhe mostrava correspondentemente cada um pelas fotos. O olho de Melody ficou preso num cavalo castanho-chocolate, com leves marcas brancas pelo flanco, de crista loura. Benjamin lançou-lhe um olhar.
- Já vi que gostas do Ace.
- É tão lindo. Que raça é? Nunca vi um assim antes - admitiu. - É tão rápido.
- Um Rocky Mountain. Não são muito conhecidos, mas conseguimos colocar a mão neste rapaz - retorquiu Ben.
- Posso experimentá-lo?
- Claro. Mas aviso que ele é um pouco rebelde. São poucos os que o montam e conseguem andar - avisou.
- Já o montaste?
- Já, mas não consegui fazê-lo obedecer e caí -
Inevitavelmente, Melody riu-se.
- Estás a rir-te do quê? - Benjamin sorriu.
Inevitavelmente, Melody riu-se.
- Estás a rir-te do quê? - Benjamin sorriu.
- Imaginei a tua queda e não consegui evitar - ela conteve o riso por uns segundos, mas então fitou o olhar de Benjamin e voltou a rir-se. - Desculpa - ela disse por entre gargalhadas.
- Não faz mal, eu também me ri. Depois. Muito depois.
Benjamin chamou uma rapariga baixinha e ruiva que vigiava os cavalos no picadeiro. Ela apresentou-se:
- Olá, sou a Bianca.
- Melody.
- És a nova cavaleira?
- Sou assim tão conhecida? - perguntou ela, olhando para Benjamin.
- É que não temos novos cavaleiros há algum tempo, portanto quando aparece gente nova, sabe-se muito rápido - explicou Ben. Melody assentiu. - Bianca, podes ir buscar o Ace? Ela quer montá-lo.
Bianca soltou um olhar espantado mas logo o retraiu.
- Sim, venham - disse.
Minutos depois, Ace foi trazido por Bianca até Melody. Ace caminhou calmamente até eles e permitiu que Melody lhe desse festas na cabeça. O seu pelo era magnifico. Ela nunca vira um cavalo mais bonito. Media, no mínimo, um metro e sessenta e a sua crista era tão loira que parecia prateada. Ace era diferente dos outros cavalos em Crystal Riders e foi por esse mesmo motivo que cativou a atenção de Melody.
- Posso montá-lo?
Benjamin soltou um sorriso a dar permissão mas Bianca falou primeiro.
- Temo que hoje já não seja possível.
- Porquê?
- Ele está cansado e estamos quase a fechar.
- Mas são apenas seis...
- Ah! Esqueci-me de dizer à tua mãe que às segundas fechamos mais cedo, espero que não haja problema.
- Não... Não, de todo - mentiu Melody.
- Sou assim tão conhecida? - perguntou ela, olhando para Benjamin.
- É que não temos novos cavaleiros há algum tempo, portanto quando aparece gente nova, sabe-se muito rápido - explicou Ben. Melody assentiu. - Bianca, podes ir buscar o Ace? Ela quer montá-lo.
Bianca soltou um olhar espantado mas logo o retraiu.
- Sim, venham - disse.
Minutos depois, Ace foi trazido por Bianca até Melody. Ace caminhou calmamente até eles e permitiu que Melody lhe desse festas na cabeça. O seu pelo era magnifico. Ela nunca vira um cavalo mais bonito. Media, no mínimo, um metro e sessenta e a sua crista era tão loira que parecia prateada. Ace era diferente dos outros cavalos em Crystal Riders e foi por esse mesmo motivo que cativou a atenção de Melody.
- Posso montá-lo?
Benjamin soltou um sorriso a dar permissão mas Bianca falou primeiro.
- Temo que hoje já não seja possível.
- Porquê?
- Ele está cansado e estamos quase a fechar.
- Mas são apenas seis...
- Ah! Esqueci-me de dizer à tua mãe que às segundas fechamos mais cedo, espero que não haja problema.
- Não... Não, de todo - mentiu Melody.
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