I Miss You #33
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Luna
Vénus
Depois de desejar estar perto de Tema e uma luz a invadir, Vénus deparou-se no lugar mais lindo que alguma vez vira. Surpreendida, começou a olhar à volta a suspirar com a beleza do lugar onde se encontrava. Por mais bonito que o local fosse, nada se comparava aos olhos de Tema.
- Vieste - Tema sorriu.
Vénus ficou sem reação. O que haveria de fazer? Tudo o que sentia era novo. Os sentimentos que nasciam no seu coração eram completamente desconhecidos para ela e nunca se sentira tão bem na sua longa vida. Tema não é errado. Ele só está no caminho errado e Vénus sentia-se na obrigação de ajudá-lo a ir pelo melhor caminho possível. Para além disso, não queria desapontar os seus irmãos, a sua família e mesmo Sol, Luna, ou até Mondy.
Vénus virou-lhe as costas, mas deu-lhe a entender que ele devia segui-la. Respirou fundo e observou bem o local onde estava: um jardim colorido, cheio de flores brancas e azuis, árvores altíssimas com enormes copas e folhas de um verde esplêndido. O céu brilhava, e nada do que Mercúrio e Plutão lhe disseram lhe fazia sentido. Como algo tão mau poderia criar algo tão bom e puro? A pergunta assombrava-a: ela não queria saber a resposta. Vénus deixou a questão de lado e aproveitou a vista.
Tema fez o seu caminho até Vénus, tocou-lhe na mão e olhou-a. Vénus não lhe retribuiu o olhar mas ficou subtilmente corada. Nada disseram durante um longo tempo. O silêncio acumulado no ar só fazia com que se sentissem mais à vontade. Conheciam-se através do olhar e da alma e isso enchia o coração dos dois.
Os raios de Sol que brilhavam por entre os ramos da árvore onde eles estavam debaixo, rapidamente desapareceram, dando lugar à Lua e às estrelas. Poucas foram as palavras que saíram da boca dos dois, mas Vénus tinha uma pergunta entalada na garganta que não conseguiu evitar.
Os raios de Sol que brilhavam por entre os ramos da árvore onde eles estavam debaixo, rapidamente desapareceram, dando lugar à Lua e às estrelas. Poucas foram as palavras que saíram da boca dos dois, mas Vénus tinha uma pergunta entalada na garganta que não conseguiu evitar.
- Porque queres tomar conta de duas galáxias, Tema? - fitou-o.
- Não ias perceber - Tema não lhe retribuiu o olhar.
- Tenta-me - disse, ainda a fitá-lo.
- Quando tudo o que conheces é a solidão, um mundo novo parece ser uma boa opção - respirou fundo. - Sabes, eu não me arrependo de ter lutado contra Sol e se pudesse teríamos lutado hoje.
- Mas Tema, porquê tanta sede de poder? Tens a tua casa, os teus Planetas, e agora tens-me a mim - Vénus agarrou-lhe na mão. - Não precisas de conquistar esta galáxia.
- Vénus, é mais que poder. É um mundo vasto, um mundo novo que eu vou, quero, controlar. Esta é a minha maneira de demonstrar que não vou ficar sozinho e vou ter o que quero. Custe o que custar.
- E se não conseguires? E se... e se morreres?
- Se morrer - soltou um leve sorriso e fitou-a -, morro com a minha honra intacta, Vénus.
Vénus suspirou, soltou um leve sorriso e disse - Homens, vai-se lá perceber.
Tema soltou um riso alto e um sorriso de cortar a respiração para Vénus. Ela observava-o com os olhos a brilhar. Nunca vira alguém tão bonito. Se calhar tinhas as lentes de uma possível paixão postas, mas ele era mesmo, sem dúvidas, lindo.
Apesar de Tema querer apoderar-se da sua casa, não conseguia escapar-lhe. Algo muito forte os ligava, apesar de não terem tido qualquer tipo de toque mais intimo do que agarrem a mão um do outro. E algo em Vénus não queria apressar as coisas, não queria estragar isto como das outras vezes e para além do mais, queria apagar esta sede de poder de Tema.
Tema levantou-se, esticou o braço e estendeu a mão para Vénus. A luz da Lua iluminou os olhos dele, o que fez Vénus suster a respiração.
- Vamos onde? - Vénus perguntou ao agarrar na mão dele.
- Para o céu - soltou um sorriso e encarou o céu, levando Vénus e a si próprio para ele, ao sabor do vento, à luz da enorme Lua.
Vénus soltou um sorriso que só com Tema conseguiu nascer, agarrou bem na mão dele e aproveitou as estrelas, o vento e o momento.
Naquele noite a Lua estava especialmente bonita. Do alpendre da entrada, Plutão conseguia ver o local onde Mel brilhava. Não que ele agora não brilhe, mas já não tem vida. A sua Mel fora para sempre. Nunca mais a iria tocar e a memória dela no seu coração parecia não chegar. A culpa crescia cada vez mais. Ao ver Luna, ao ver o quanto elas são parecidas, tudo se tornou um pouco mais difícil, porém, mais fácil. Luna, a sua pequenina, fazia-o lembrar de Mel e isso fazia-o sorrir verdadeiramente. Mas o seu coração pesava, a culpa que carregava não queria desaparecer.
- Desculpa, eu não queria... - Plutão começou a chorar.
- Amor, não chores - a voz da sua Mel esvoaçou na brisa.
- Mel?
- Estou aqui.
A brisa transformou-se na sua Mel. Não era realmente ela. Mel não estava inteira de novo. Parte da sua alma foi de encontro ao seu Tal e para Plutão, naquele momento, isso chegava.
Mel trazia o seu amável sorriso, um vestido branco e os cabelos soltos como Plutão tanto gostava.
- Não podes culpar-te para sempre, Plutão.
Plutão levantou-se, aproximou-se dela e tentou tocar-lhe. Quando a sua mão passou por entre a brisa, o seu coração se partiu mais um pouco, mas parou as lágrimas.
- Vou começar a chorar mais vezes para ver se apareces.
Mel riu-se.
- Não digas isso, idiota.
Foi a vez dele se rir
- Só te queria tocar.
- E vais, mas não agora, está bem? Eu estou aqui - apontou para o coração dele - e não vou a lado nenhum. Só tens de ter paciência.
Plutão assentiu, sorriu e disse-lhe - A Luna, a nossa menina Mel - fitou-a -, ela é tão parecida contigo.
- E contigo. Vocês os dois são umas crianças. - Riu-se.
- Claro, há que haver alguma diversão neste sítio.
Mel esticou a mão na esperança de poder tocar no rosto de Plutão, mas não conseguiu. Suspirou.
- Plutão, tens de protegê-la. Tema pode atacar a qualquer altura e eu não iria suportar ver a nossa filha...
- Hey, shhh. Não lhe vai acontecer nada, eu estou aqui. Eu vou protegê-la. Pretendo cumprir esta promessa.
- Não a voltes a deixar, está bem? Promete-me que vais esquecer essa tua culpa parva - ele assentiu. - Promete, Plutão.
- Ok, ok. Eu prometo.
Ela sorriu e fitou o seu Tal. Queria tocar no rosto dele e ficar presa no seu olhar azul-acinzentado.
- Tenho tantas saudades tuas.
- E eu tuas, Mel. - Plutão aproximou-se mais.
Mel ficou de cabisbaixo, respirou fundo, fitou-o e disse - Tenho de ir.
Quando Mel estava quase a desaparecer, Plutão puxa-a pela brisa. De alguma forma, conseguiu tocar-lhe, sentiu-a na sua pele. Os lábios dela tocaram nos dele. Sorriram.
- Amo-te - Sussurraram um para o outro enquanto Mel se desvanecia no ar, deixando Plutão sozinho, num misto de felicidade e tristeza.
- Não ias perceber - Tema não lhe retribuiu o olhar.
- Tenta-me - disse, ainda a fitá-lo.
- Quando tudo o que conheces é a solidão, um mundo novo parece ser uma boa opção - respirou fundo. - Sabes, eu não me arrependo de ter lutado contra Sol e se pudesse teríamos lutado hoje.
- Mas Tema, porquê tanta sede de poder? Tens a tua casa, os teus Planetas, e agora tens-me a mim - Vénus agarrou-lhe na mão. - Não precisas de conquistar esta galáxia.
- Vénus, é mais que poder. É um mundo vasto, um mundo novo que eu vou, quero, controlar. Esta é a minha maneira de demonstrar que não vou ficar sozinho e vou ter o que quero. Custe o que custar.
- E se não conseguires? E se... e se morreres?
- Se morrer - soltou um leve sorriso e fitou-a -, morro com a minha honra intacta, Vénus.
Vénus suspirou, soltou um leve sorriso e disse - Homens, vai-se lá perceber.
Tema soltou um riso alto e um sorriso de cortar a respiração para Vénus. Ela observava-o com os olhos a brilhar. Nunca vira alguém tão bonito. Se calhar tinhas as lentes de uma possível paixão postas, mas ele era mesmo, sem dúvidas, lindo.
Apesar de Tema querer apoderar-se da sua casa, não conseguia escapar-lhe. Algo muito forte os ligava, apesar de não terem tido qualquer tipo de toque mais intimo do que agarrem a mão um do outro. E algo em Vénus não queria apressar as coisas, não queria estragar isto como das outras vezes e para além do mais, queria apagar esta sede de poder de Tema.
Tema levantou-se, esticou o braço e estendeu a mão para Vénus. A luz da Lua iluminou os olhos dele, o que fez Vénus suster a respiração.
- Vamos onde? - Vénus perguntou ao agarrar na mão dele.
- Para o céu - soltou um sorriso e encarou o céu, levando Vénus e a si próprio para ele, ao sabor do vento, à luz da enorme Lua.
Vénus soltou um sorriso que só com Tema conseguiu nascer, agarrou bem na mão dele e aproveitou as estrelas, o vento e o momento.
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Plutão
- Desculpa, eu não queria... - Plutão começou a chorar.
- Amor, não chores - a voz da sua Mel esvoaçou na brisa.
- Mel?
- Estou aqui.
A brisa transformou-se na sua Mel. Não era realmente ela. Mel não estava inteira de novo. Parte da sua alma foi de encontro ao seu Tal e para Plutão, naquele momento, isso chegava.
Mel trazia o seu amável sorriso, um vestido branco e os cabelos soltos como Plutão tanto gostava.
- Não podes culpar-te para sempre, Plutão.
Plutão levantou-se, aproximou-se dela e tentou tocar-lhe. Quando a sua mão passou por entre a brisa, o seu coração se partiu mais um pouco, mas parou as lágrimas.
- Vou começar a chorar mais vezes para ver se apareces.
Mel riu-se.
- Não digas isso, idiota.
Foi a vez dele se rir
- Só te queria tocar.
- E vais, mas não agora, está bem? Eu estou aqui - apontou para o coração dele - e não vou a lado nenhum. Só tens de ter paciência.
Plutão assentiu, sorriu e disse-lhe - A Luna, a nossa menina Mel - fitou-a -, ela é tão parecida contigo.
- E contigo. Vocês os dois são umas crianças. - Riu-se.
- Claro, há que haver alguma diversão neste sítio.
Mel esticou a mão na esperança de poder tocar no rosto de Plutão, mas não conseguiu. Suspirou.
- Plutão, tens de protegê-la. Tema pode atacar a qualquer altura e eu não iria suportar ver a nossa filha...
- Hey, shhh. Não lhe vai acontecer nada, eu estou aqui. Eu vou protegê-la. Pretendo cumprir esta promessa.
- Não a voltes a deixar, está bem? Promete-me que vais esquecer essa tua culpa parva - ele assentiu. - Promete, Plutão.
- Ok, ok. Eu prometo.
Ela sorriu e fitou o seu Tal. Queria tocar no rosto dele e ficar presa no seu olhar azul-acinzentado.
- Tenho tantas saudades tuas.
- E eu tuas, Mel. - Plutão aproximou-se mais.
Mel ficou de cabisbaixo, respirou fundo, fitou-o e disse - Tenho de ir.
Quando Mel estava quase a desaparecer, Plutão puxa-a pela brisa. De alguma forma, conseguiu tocar-lhe, sentiu-a na sua pele. Os lábios dela tocaram nos dele. Sorriram.
- Amo-te - Sussurraram um para o outro enquanto Mel se desvanecia no ar, deixando Plutão sozinho, num misto de felicidade e tristeza.
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- SOOOOOOOOOOOL - gritei pela casa.
- Luna, estás doida? - ralhou a avó.
- Avó! Nem vais acreditar no que me aconteceu! Tenho afinidade com a Luz!
A avó soltou o maior sorriso e os seus olhos aumentaram. Sol apareceu a descer as escadas. - Passa-se algo?
- Tenho afinidade com a Luz, Sol!
Sol sorriu - Isso é fantástico Luna! - veio para perto de mim e abraçou-me.
- Estás a ficar tão poderosa, Luna - disse avó enquanto me agarrava nas mãos.
- Tudo graças à Lua! Espero conseguir dominar os meus poderes para ajudar Sol.
- Vais conseguir. Não duvides disso - disse Sol.
Assenti e Sol deu um beijinho na minha testa.
- Vou ter com o meu pai, está bem? Quero contar-lhe.
- Acho que ele está na entrada, lá fora, Luna - disse avó.
- A fazer o quê?
- Não sei, mas vai lá e descobre.
Abri a porta de entrada e vi o meu pai sentado nas escadas que davam para o alpendre da entrada para casa.
Ele nem deu pela minha presença. Pensei em chamá-lo, mas ele estava diferente, triste. Encarei-o e consegui ver que ele chorava. O meu pai estava a chorar.
Sem querer pisei um galho pequenino e ele ouviu-me. Limpou rapidamente as lágrimas e sorriu-me.
- Luna.
- Olá pai. - sorri preocupada - Está tudo bem?
- Sim, senta aqui.
Sentei-me.
- Queres falar? - perguntou ele.
Sentei-me.
- Queres falar? - perguntou ele.
- Sim, mas primeiro vais contar-me o que se passa.
- Memórias, apenas isso - colocou o seu braço à minha volta. - Mas diz-me, porque é que havia tanta gritaria lá dentro?
- Descobri que tenho afinidade com a Luz! - Sorri, a tentar esquecer o facto de ele estar super triste.
Retribui-me o sorriso e abraçou-me.
- Isso é fantástico Luna! A Mel iria adorar ensinar-te - disse baixinho, quase num sussurro.
- Isso é fantástico Luna! A Mel iria adorar ensinar-te - disse baixinho, quase num sussurro.
- A mãe?
Assentiu.
- Ela também tinha afinidade com a Luz.
- Ela também tinha afinidade com a Luz.
Fiquei sem reação. Não estava nada à espera.
- É tão bom ter um pouquinho dela em mim.
- Tens mais dela em ti do que tu pensas - disse-me, com um sorriso mais forte.
- Mercúrio já me tinha dito que sou tão teimosa e refilona quanto ela.
Riu-se.
- Lá isso é verdade. Teimosia é um feitio típico dos Brown.
- Lá isso é verdade. Teimosia é um feitio típico dos Brown.
Sorri. Isso era verdade também. Uma tia-avó que morreu à quatro anos também era tão ou mais teimosa que a avó.
- Onde é que sou mais parecida com ela?
- Onde é que sou mais parecida com ela?
- Têm o mesmo sorriso, as duas vêm o bom nas pessoas e confiam muito.
- Ela deu-me este anel - mostrei-lhe o anel que unia os três tipos de pedras numa só.
O meu pai pegou-me na mão e admirou o anel como se estivesse a ver a minha mãe. Talvez até estivesse.
- Cuida bem dele, Luna.
- Com a minha vida.
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- Pai, a Vénus dava-se muito com o Mercúrio?
- Sim, aliás, eu, a tua mãe, o Mercúrio e a Vénus erámos todos muito amigos. A tua avó também passava muito tempo connosco.
- A sério? - estava chocada.
Ele assentiu
- A Mel e a Vénus eram muito próximas, apesar de só se terem conhecido um ano antes de tu nasceres.
- A Mel e a Vénus eram muito próximas, apesar de só se terem conhecido um ano antes de tu nasceres.
- A mãe e Vénus eram amigas? Próximas, até?
- É difícil de acreditar agora mas desde que a Mel morreu que Vénus se fechou na sua concha e ficou fria. Acho que é a maneira dela de lidar com a dor.
A ideia da minha mãe e Vénus serem amigas não entrava na minha cabeça por algum motivo. Vénus não deve ser nada do que aparenta e ela, sim, é uma caixinha de segredos.
Depois disto, ficámos mais um pouco no alpendre e fomos para dentro. A brisa estava a ficar fria e o tempo não pára. Eu tinha de ir dormir para ter energias para o treino. Espero que desta vez não aconteça algo chocante como neste. Agora que Vénus foi ter com Tema, acho que ele vai ficar entretido por algum tempo. Pelo menos assim espero.
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