pôr do sol
o sol estava a por-se. estava tudo tão lindo, e tu estavas do meu lado. o céu tinha uma mistura de cores que combinavam com a cor dos teus olhos. sempre adorei observar-te, mas desta vez preferi ficar a ver o sol ir-se embora. não me perguntes porquê, eu só quis. estava nervosa, um pouco mais tímida que o costume e acho que te apercebeste, mas não fizeste nada a esse respeito. este por do sol trazia mais qualquer coisa do que o habitual, eu não esperava nada ti porque afinal, tu nunca me fizeste pensar o contrário. não queria ignorar-te mas tudo o que me fizeste foi isso mesmo, ignorar-me. olhei para o lado e estavas tu a olhar já para mim. corei. sorri timidamente e voltei a observar o sol. soltaste um sorriso e olhas-te para o sol, também. tirei os meus braços de volta da perna e coloquei-as no chão onde estávamos. estava frio, estremeci um pouco mas logo passou. senti-te a olhar para mim, tinhas vontade de dizer algo mas da tua boca nada saiu. estava a anoitecer, o sol quase que não se via. íamos embora. queria ficar contigo, sentir a tua presença mas para quê? nada me deste. nada me disseste. e quando esperava que gozasses um pouco mais comigo antes de irmos embora, senti os teus dedos a entrelaçarem com os meus, timidamente. os meus olhos ficaram chocados, a minha mente surpreendida e o meu coração aos saltos. sorri, sem olhar para ti, e sorriste também, a observar-me. ficámos assim mais um pouco, mas depois fui encostar-me a ti. coloquei a minha cabeça no teu ombro à luz da lua e tu o braço à minha volta. pensei em dizer alguma coisa mas ia dizer o quê? portanto mantive-me calada. «desculpa ignorar-te. não era a minha intenção só que sempre tive medo de me abrir para alguém, especialmente tu. sempre me conheceste e quando soube o que sentias pior fiquei porque eu também sentia e sinto o mesmo. desculpas-me?» disseste, dando início ao nosso longo e infinito amor. levantei-me e nossos olhares se cruzaram, os nossos lábios se juntaram enquanto os nossos olhos lentamente se fechavam. «estás desculpado», disse sorrindo.
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