Leva-me Contigo - XII
- Mar. O que estás aqui a fazer? - disse a sorrir e preocupado.
- Vim fazer-te uma surpresa, a minha mãe deixou-me vir visitar-te - sorri.
- Que cheiro maravilhoso é este? Trouxeste-me waffles?
- Trouxe, vês que boa namorada que eu sou.
- Ahah, obrigado princesa - sorriu e deu-me um beijo.
Ele sentou-se e comeu os meus waffles sempre dizendo que estavam uma delícia. Fui comprar-lhe um sumo, porque é sempre bom ter sumo a acompanhar e dei de caras com a tia Mia.
- Tia, olá... O que está aqui a fazer? - perguntei curiosa.
- Isso pergunto eu menina!
- O Martim foi operado ao braço, estou aqui com ele.
- Hum..
- Mas aconteceu alguma coisa?
- Foi o Filipe. Ele estava a fazer escalada e caiu - começou a chorar.
- É grave?
- Dizem que ele bateu com a cabeça - disse entre o choro, abracei-a.
- Vai ver que vai tudo bem.
Dei-lhe algum consolo e fui para o quarto do Martim. Contei-lhe do Filipe e ele ficou preocupado. O Filipe podia aparecer pouco lá em casa mas o Martim e ele eram bons amigos. Demos apoio um ao outro, e tentámos falar doutros assuntos. O médio entretanto apareceu e deu alta ao Martim. Eles foram para casa e eu fiquei mais um pouco no hospital. Queria ver o Filipe.
Liguei à minha mãe a avisar e ela veio a correr para o hospital. Deu apoio à minha tia enquanto o tio Lourenço não chegava. Entrei no quarto dele e fui vê-lo. Tinha uma ligadura na cabeça. Não me explicaram muito bem o que ele tinha, mas espero que ele esteja bem. Dei-lhe a mão. Observei-o. Ele era lindo. Tinha as feições e o sorriso do tio Lourenço, mas tinha os olhos e a cor do cabelo da tia Mia. Adorava-o, era o primo que mais admirava. Não só pela maneira como agia, mas também como pensava. Ele era livre, em todos os sentidos. Se não fosse, arranjava uma maneira de ser. Porque ele é como um pássaro, e os pássaros devem ser livres e não ficarem presos em gaiolas. Os meus tios percebem isso e querem que o Filipe aproveite a vida que tem. Têm confiança nele porque o educaram corretamente e não têm medo que ele se perca nos vícios comuns como o tabaco ou álcool. Ele é responsável e admiro-o tanto. O meu exemplo a seguir é ele. E eu não queria perdê-lo por ele seguir essa vida que ele tinha e que eu admirava tanto. Comecei a chorar, e deitei a minha cabeça no ombro dele e adormeci.
Acordei com o Filipe a chamar-me.
- Mar. Maaar, Mar! Hey, acorda - disse.
- Han? O quê? Filipe?
- Sim sou eu, acorda vá. Tens a cabeça pesada - gozou.
- Pff obrigadinha. Eu aqui toda ralada contigo e tu a gozares.
- Oh pronto desculpa.
- Então, o que aconteceu?
- Estava a fazer escalada e acho que não consegui colocar bem o pé, escorreguei e bati com a cabeça na parede.
- Autch, e estás melhor?
- Um pouco, dói-me a cabeça ainda.
- Fiquei tão preocupada contigo!
- Oh, anda cá pequenina - demos um abraço - Eu estou bem - sorriu.
- Espero que sim...
Entretanto, os tios vieram vê-lo, assim como os meus pais e o meu irmão. Fui para casa no final da tarde. Acabei por faltar às aulas. Gostei de ter faltado, mas podia ser por motivos melhores e não por familiares no hospital. Enfim. Antes de ir jantar, fui ter com o Martim. Falei-lhe do Filipe, como estava e etc e perguntei-lhe quando ia às aulas. Ele disse que já amanhã vai. Achei que ele precisa de descansar mas ele é teimoso. Fomos para casa depois, e tive uma noite meio normal.
(Passado duas semanas)
O Filipe saiu do hospital já há algum tempo, não muito. Ele está bem, assim como o meu príncipe. Os meus dias têm sido bons, normais. Estive com a Mia no fim-de-semana passado, ela contou-me que o Lourenço tinha acabado com a namorada por causa dela. Ai ai, sempre soube que eles iam resultar. Mas, ele ainda não confessou o que sente por ela mesmo eles sendo praticamente namorados. Enfim, vai-se entender a mente masculina. Hoje começa as férias da Páscoa, o que significa: mais horas de sono e saídas. Estou pronta para sair, e divertir-me. Logo à noite vou jantar com o pessoal e vai ser uma boa noite. Já há algum tempo que não temos um jantar assim.
Estou definitivamente numa crise. Não sei o que vestir. Acho que vou levar o meu vestido preto que comprei para alguma ocasião especial. Isto é uma ocasião especial, vamos todos jantar como não fazíamos há um mês portanto sim, é uma ocasião especial. Tentar despachar-me o mais rápido possível, mas o Martim ainda teve de esperar 15 minutos por mim. Estávamos 20 minutos atrasados no final, enfim, típico de nós. Estávamos ansiosos de ver toda a gente, alguns eram de outra escola, outros eram pessoas com quem não falávamos à milénios e como é óbvio pessoas chegadas que sempre vemos todos os dias. Portanto, sempre adoro os jantares com o pessoal. É uma coisa que me vou lembrar para sempre.
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