O Diário de Jay #3
24 de Dezembro de 2004
Estou a escrever isto enquanto admiro o rosto da Lara iluminado pelo raio de sol vindo da minha janela. Ela estava lá quando cheguei ao bar com os rapazes e sorriu-me quando os nossos olhares se cruzaram. Sentei-me ao lado dela e conversámos sobre o que gostávamos, o que não gostávamos, o que fazíamos pela vida, se estudávamos ou não, que música ouvíamos, que lugares costumamos frequentar e que deixámos de o fazer, que comida mais nos dava água na boca e as ambições do futuro. Os temas eram infinitos, os sorrisos eram imensos, o brilho nos nossos olhares eram algo para recordar. Depois toda a gente decidiu ir-se embora cedo e nós ficámos ali, a resmungar por querermos divertirmos-nos. Logo nos lembrámos de ir-mos nos divertir, fomos dar voltas pela cidade. Como fomos ao bar, não tivemos oportunidade de ir à feira em grupo, portanto aproveitámos e fomos nós os dois. Andámos na montanha russa, comprámos um algodão doce do tamanho da Lua, fomos ao carrossel, e andámos nos carrinhos de choque. Aproveitámos também para ir à Roda Gigante e aí falámos sobre o nosso beijo. O assunto que até então não tinha sido falado.
«Jay, o que significou aquele beijo?» Perguntou-me a Lara e eu fiquei sem saber o que responder. Não sabia nem quem era o meu professor de matemática quanto mais a resposta a isso. Disse-lhe que não sabia, mas que gostei imenso, que senti uma espécie de ligação entre nós...Quando disse isso, pensei que tinha deitado a minha oportunidade fora porque quem diz alguma coisa dessas a uma rapariga?; A Lara sorriu-me e disse que sentiu o mesmo. Saímos da Roda, e fomos comprar mais doces e farturas, fomos o caminho todo até à minha casa de mãos dadas, a rir e a comer aquela porcaria toda. Chegámos ao apartamento e fomos para o quarto, deitámos-nos e ficámos a olhar um para o outro durante o que pareceu horas. Falámos do Henry e da Annie, sobre não forçar as coisas e respeitar-nos um ao outro. Fomos para a sala ver um filme, comemos pipocas e nem prestámos atenção ao que se passava na televisão. Brincámos o tempo todo, fomos lutar com almofadas para o quarto e adormecemos cansados e a olhar para os olhos um do outro, de mão dada. Não sei o que nós temos, mas é algo de que não se deve perder. Agora estou a escrever isto no meu caderno enquanto admiro e linda face de Lara. Bem, ela acordou, o pequeno-almoço na cama não se leva sozinho não é?
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