ela estava no fundo, no fundo do mar. onde o azul escuro predomina e criaturas cintilantes ganham vida. ela sabia que ali seria o seu lar, não as profundezas, mas sim o imenso mar. ela ganhara o que mais desejara, uma nova vida. e de onde a pequena Sereia queria sair, ela queria entrar. viver sobre a corrente, ser livre de tudo e todos à volta e ser outra pessoa. na cabeça dela, era uma decepção para todos, um fardo. «sou inútil» pensava ela. e lá de longe, um alguém a observava, desde sempre. esse alguém soube do acontecimento e foi como se lhe espetassem uma faca no coração. quer dizer, o seu amor perdera-se numa mancha azul e agora o que seria de si? «não posso fazer nada, perdi-a» pensava Jay enquanto no seu rosto uma chuva caía dos seus olhos. ela sentia-se acarinhada pelo mar, pelos seus seres, pelos seus segredos e ela sabia que ainda era só o começo, havia ainda tanto por descobrir. e ela tinha o tempo todo do mundo. Jay, fora à praia, sentou-se na areia olhando para o mar e pensando se Anita estaria feliz lá. ele trouxera uma fotografia dela de quando tinha o cabelo aos caracóis. atirou-a para o mar na esperança de ela a encontrar. dessa maneira saberia que ele estaria à sua espera na praia. ela sempre soube dele, mas de um momento para o outro todas as pessoas de quem gostava viraram fantasmas, na sua mente só via fumo, as pessoas desapareceram. deixaram de se preocupar e viraram-lhes as costas. dessa maneira ela saltou dum penhasco, caiu na água, e como se o mar a percebesse, a transformaram. ela não sabe como, quando acordou junto das algas, se apercebeu. enquanto Jay chorava com aquilo, Anita sorria como não fazia à meses, talvez anos. e enquanto nadara junto à superfície encontrara a sua fotografia quase sem cor. ficou o que pareceu anos a olhar para a fotografia e a lembrar-se do quão era bonita em criança. Jay apareceu na sua cabeça e ela soube. ela o encontrou e ele sorriu outra vez.
Delírios de Amor - XV
A caminho da sala onde se encontravam os meus pais, deparei-me com a minha mãe. Iara: Mãe ? Carolina: Ah, filha. Hum, estavas aí. Não te tinha visto. Pedro: Eu vou, ah, vemos-nos na sala de espera. Sorri-lhe. Iara: Mãe, que se passa ? Carolina: Isto que estás a ver, não é nada de mais. É que, bem não sei o que se passa comigo. Iara: Isso são comprimidos para quê ? Carolina: Estômago. Iara: Andas com dores ? Carolina: Não sei bem, filha. Andei a vomitar à uns dias, e não podia vomitar mais pois sentia-me fraca e não conseguia comer, e os comprimidos ajudam-me. Iara: Mãe nem penses em ficar viciada nesses comprimidos. Vou levar-te a uma enfermeira ou médico para te fazerem exames. Carolina: Não é preciso, vais ver que isto passa. Iara: Mãe, estamos num hospital, rodeado de médicos, que de certeza fazem isto passar ainda mais depressa. Carolina: Tens razão, vá vamos lá. Fomos à entrada do hospital para ver se havia médicos ou tipo enfermeiras que nos...
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