Delírios de Amor - XXXVI

  Fui ver a meteorologia em Brasil, para saber que roupas levar. Reparei que iria estar sol e com temperaturas razoáveis, tão razoáveis que iria haver muito sol para aproveitar. Estava radiante com a viagem, seria uma óptima experiência. E aliás adoro as praias, e os rapazes brasileiros ai ai. Enfim, tinha de preparar a mala e assim o fiz. Dobrei tudo como deve ser para não ter que levar muitas malas e caber o máximo de roupa possível.  Revirei o armário, as gavetas, tudo do avesso para levar as roupas certas e tudo perfeito. Não me esqueci de meter a máquina na mala.
 Numa carteirinha velha que tinha para ali, coloquei algum dinheiro para comprar lembranças, ou outras coisas giras que encontre, coisa que de certeza não vai ser difícil.  E bem, demorei mais que três horas a fazer a mala que estava cheia de roupa e nem eu sabia que tinha tanta. Estava com uma fome imensa, e cansada até dizer chega. Fui jantar, tarde mas fui, e logo de seguida tomei um banho e fui vestir o pijama e descansar.

  Acordei cheia de vontade de sair ! Liguei à Vanessa para saber se hoje dava para combinar  algo.
Vanessa: Estou?
Iara: Vaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaan!
Vanessa: São que...? São 11 da manhã e tu acordas-me com esse grito? Tá bonito.
Iara: Ahahahahahaha - ri-me bem alto mesmo, só para a chatear. - Tá muito bonito! Olha tens planos hoje? Apetece-me sair !
Vanessa: Já vi que sim, mas tenho planos com o Afonso. Se quiseres vir connosco, é na boa amor.
Iara: Sério? É que não quero ser vela...
Vanessa: Vela? Cala-te parva, vamos passear os três e assim fica tudo happy.
Iara: Ai ai, acho que ele não vai ficar, mas okayyyyyyyy !
Vanessa: Cala-te, olha vamos tomar o pequeno-almoço no café ? Depois ele vem ter connosco.
Iara: Esta bem ! Vá , beijinho fofinho nesse teu narizinho super querido e lindinho.
Vanessa: 'Tás bem?
Iara: Não sei, unf.
Vanessa: Tá, vai lá arranjar-te. Beijinho.
 E ela desligou muito rápido de maneira a que não me pude despedir outra vez. Estou bem disposta, e sentia-me bem. Feliz. Respirei fundo, uma vez, e outra. Só para ter a certeza de que, tudo o que sentia agora era real e quando senti o ar e ir e vir, soube que naquele momento era feliz, sentia-me feliz, e nada podia estragar.
 Com o momento de reflexão do dia feito, fui arranjar-me e logo de seguida fui para o café. Ela ainda não tinha chegado e fiquei à espera uns cinco minutos. Uns grandes cinco minutos, pareciam infinitos.
Vanessa: Estás aqui à muito tempo? - disse isto dando-me dois beijinhos na cara.
Iara: Sim! - cumprimentando-a da mesma forma.
Vanessa: Quanto tempo?
Iara: CINCO MINUTOS!
Vanessa: Wow, tanto tempo !
Iara: Sim, muito tempo oh.
Vanessa: Pronto. Vais comer o quê? Ou já pediste?
Iara: Tava à tua espera, e ainda não pedi. Acho que vou querer sumo de laranja e torradas. E tu?
Vanessa: Também.
 Chamá-mos o empregado e fizemos o nosso pedido. Tomamos o pequeno-almoço e depois fomos dar uma volta por ai até que o Afonso apareceu.
Afonso: Olá meninas!
Vanessa: Olááá!
Iara: Olá Afonso!
Afonso: Estão boas?
Iara e Vanessa: Sempre ! E tu?
Afonso: Óptimo !
Vanessa: Ainda bem!
 A Vanessa e ele não paravam de trocar olhares, até que ele finalmente decidiu agarrar-lhe a mão e eles ignorarem-me completamente. Estavam aos risinhos, ela corava a toda a hora, ele sorria sem parar e eu ali a segurar a vela.
Iara: Bem, acho que estou a maiiiiiis!
Vanessa: Disseste alguma coisa? Desculpa não te ouvi. - Pronto, foi a gota d'água.
Iara: Nada esquece, acho que vou andando.
Afonso: Já? Ainda é cedo.
Iara: Pois, mas estou a ficar cansada de andar.
Vanessa: Oh, fica mais um pouco!
  Ia dizer que não, até que vejo o Lourenço ao fundo da rua. Ele vê-me e vem ter comigo.
Vanessa: Pronto, já tens companhia! Fica lá !
Lourenço: Olá Iara! - E sorriu à Vanessa e ao Afonso.
Vanessa: Bem, parece que já não precisas de mim, vemos-nos depois !
Iara: Mas Vanessa ... ! Oh, esta bem.
Lourenço: Muito contento por me ver, sim senhora!
Iara: Não é isso oh! Tinha uma coisa importante para lhe contar.
Lourenço: Posso saber o quê?
Iara: Podes.
Lourenço: E o que é?  - Começámos a andar na direcção oposta a da Vanessa e do Afonso.
Iara: Vou fazer uma viagem ao Brasil daqui a dois dias.
Lourenço: A sério? Grande sorte, Iara! Adorava lá ir um dia.
Iara: Sim a sério!
Lourenço: E vais com os teus pais?
Iara: Não.
Lourenço: Com quem então? Se puder saber, claro.
Iara: Sim podes, vou com um amigo. Ele ganhou a viagem e convidou-me. Quer dizer, fiz-me de convidada e ele aceitou. - Olhei para ele e vi que ele ficou um pouco aborrecido. De certeza por causa da ideia de ir com o Fábio.
Iara: É só um amigo, nada mais. Não precisas de ficar com esse ar de cão abandonado.
Lourenço: Eu? Alguma vez tenho cara de cão abandonado? Ahahah.
Iara: Finge finge.
  Depois vi um banco ao lado de uns arbustos cheios de flores lindas, e decidi sentar-me e apreciar o cheiro das flores. O Lourenço apercebeu-se e sentou-se ao meu lado. Ficamos no silêncio durante um tempo até que esse foi quebrado pela voz do Lourenço.
Lourenço: Sabes uma coisa? Vou ter saudades tuas.
Iara: Não vais nada. - Sem olhar-lhe respondi.
Lourenço: Vou sim, sabes bem que vou. - Sentia que ele olhava para mim.
Iara: Também vou ter saudades tuas. - Finalmente olhei para ele.
 Abracei-o.

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