Delírios de Amor - XIV

 Nove e trinta e cinco, nove e quarenta, nove e quarenta a cinco... o tempo passava tão depressa que parecia impossível. Mas eu tinha que ter controlo disto, afinal estou a assim para quê ? São só dois amigos, no qual um está a sofrer devido ao irmão por estar gravemente doente, e o outro querer reconfortá-lo. Nem é assim tão mau, pois não ? "Engana-me que eu gosto. " Foi o que me veio à cabeça. Vou construir um muro à volta da parte do meu cérebro/coração que está perdidamente perdida por amores pelo Pedro, e assim, poderemos ambos ter uma noite normal. Bem, normal nem era a palavra certa, mas digamos que sim.
 Quando me dei por mim, perdida em pensamentos, ele chegara. Viu-o a entrar pela porta do hospital, mas fingi que não o vi.

Pedro: Boa noite. - e dirigiu-se aos meus pais. - Boa noite, Iara.
Eduardo e Carolina: Boa noite Pedro, que fazes aqui ?
Pedro: Vim estar com a Iara para caso ela precisasse de ajuda por causa disto.
Carolina: Ah, esta bem então.
Eduardo: Juízo.
Iara: Pai, ele só me veio apoiar, mais nada.
Eduardo: Claro, claro.
Iara: Hum, então boa noite Pedro.
Pedro: Então, como está tudo ?
Iara: Vai tudo na mesma, o meu irmão continua mal e com febre. Eu continuo triste, os meus pais piores que isso.
Pedro: Vais ver que isto vai passar, o Diogo não tarda está aí a jogar futebol. Ele já é um pró na coisa, e começa novinho, catorze anos e aquele talento todo. Vais ver que ela recupera, se não, tanto talento para quê ? Para ficar numa cama de hospital ? Ná , vais ver que passa.
 Ele de alguma forma tinha razão, ele sabia o que dizer nestes momentos. E ainda, pelos vistos, sabe.
Iara: Tens razão. Ele há-de melhorar, tenho que acreditar que sim.
Pedro: Pois tenho, é óbvio que tenho razão. - E sorriu-me. - E tu vais conseguir, tens que conseguir acreditar nisso. Ele vai melhorar, tenho a absoluta certeza.
  Continuamos a falar de coisas parvas, para ele tentar fazer-me rir e conseguiu mais que isso, estava quase a chorar de tanto rir.
Iara: Olha, vou ali ao café ou lá o que é, buscar um sumo.
Pedro: Esta bem, vai lá.
  Levantei-me e fui comprar um Sumol de Ananás. Num tempo de dois segundos, sou levada para a WC. Estou completamente à nora, vejo que é o Pedro. Ele agarra-me, e sussurra-me.
Pedro: Não, não aguento mais. - Beija-me. - Preciso de ti, Iara.
Iara: Pedro, hum , estás doido ?
Pedro: Por ti, claro.
 Ele agarra no meu corpo e puxa-o para o dele, ficamos colados um ao outro. Ele agarra-me na perna e beijamos-nos.
Iara: Pedro ...
Pedro: Sim ?
Iara: Aqui não.
Pedro: Oh, era diferente. - Ri-se.
Iara: Ahah , não gozes.
  Sim, eu e ela já tínhamos perdido a virgindade um com o outro.  E não vou começar a dar pormenores não é ?
Ele não quer parar, mas eu também não quero que ele pare. Mas aquele não é a hora nem o sítio certo.
Pedro: Vês ?  Tu não resistes .
Iara: Como queres que resista ? Estás constantemente a fazer-me isto.
Pedro: Chama-se amor, paixão. Dá o nome que quiseres.
Iara: Estás a delirar.
Pedro: Cala-te.
 E beija-me mais, e agarra-me de novo na perna, puxa-me para ele e apaixonadamente não nos largamos. Ficamos assim durante um bom tempo. Queria mais e mais.
Iara: Sim .
 Isto que eu disse não nada do género do tipo, orgasmo.
Pedro: Diz.
Iara: Eu dou-te a segunda oportunidade. - Ele ia-me agarrar ainda mais e beijar-me de novo. Mas consegui impedi-lo. - Mas .
Pedro: Mas o quê ?
Iara: Temos que parar com isto, já disse que aqui não.
 Sorrimos os dois, demos um beijo e fomos para a sala onde estavam os meus pais. De certeza que já estavam desconfiados de alguma coisa. Estava toda descomposta, tinha que me ajeitar de novo e ficar com um ar de que não houvesse passado nada. Coisa que, é completamente mentira.
Pedro: Amanhã, és minha.
Iara: Tenho que ficar com o meu irmão, e calma contigo cowboy.
Pedro: Não estava a pensar nisso, queria passar uma tarde, recuperar tudo.
Iara: Mais ainda, nestes dias só te aproveitas de mim e ainda não chega ?
Pedro: Não, claro. Ahah
 Abraçou-me e deu-me um beijo na testa.

continua. 

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